
Quero trazer para a nossa conversa de hoje um comentário que recebi de uma pessoa que me é muito cara: “Realmente se Deus não está em nossa vida ela se transforma num “forrobodó”. Sua dança é “forró” (for all – para todos). É melhor a gente deixar que Ele nos conduza em Sua dança que deixar a vida nos dar um “baile”.
Esse comentário nos leva a entender o escopo das palavras do Senhor Jesus relatadas por Mateus (Mt 11,2-11), base das nossas conversas dessa semana; palavras que são melhor absorvidas quando divididas em duas partes: Na primeira, Jesus responde à pergunta de João Batista afirmando que é o Messias, o Enviado de Deus; e, na segunda, temos a apreciação que o próprio Jesus faz da figura e da ação profética de João Batista (vers. 2 a 6);
Mas, será que podemos constatar que Jesus realmente tinha a consciência que era o Messias? A resposta é obviamente positiva; e isso fica muito claro quando constatamos que Jesus fundamenta a Sua resposta recorrendo ao conjunto de citações de Isaías que definem, na perspectiva dos profetas, a ação do Messias a ser enviado de Deus, vamos a elas: O Messias daria vida aos mortos (Is 26,19), curaria os surdos (Is 29,18), faria os cegos verem, daria liberdade de movimentos aos coxos (Is 35,5-6); e, o mais importante, anunciaria, em alto e bom som, a Boa Nova de Deus ao mundo (Is 61,1). Ufa!
Na verdade, a mensagem do Senhor e a forma que Ele agiu e reagiu contêm nada mais nada menos, do que a proposta libertadora que Deus faz a humanidade hoje século XXI; por essa razão, Mateus apresenta Jesus afirmando, não com palavras, mas com ações que é O envidado de Deus. E, esse complexo demonstra que Jesus veio ao mundo não para condenar, mas para salvar a humanidade.
Isso demonstra pelo menos para mim, que diante da oferta de salvação feita por Deus através do Ministério de Jesus, cada a cada um de nós fazer a nossa escolha e assumir a responsabilidade por ela. Até porque, quando o ser humano aceita a proposta de Jesus e adere as Suas premissas, escolhe a vida definitiva; mas, quando prefere continuar cativo de esquemas de egoísmo e de auto-suficiência, rejeita a proposta de Deus e se auto-exclui deste maravilhoso projeto que tem como objetivo maior resgatar vidas e restaurar corações; ou seja, a tão falada salvação.
Mateus demonstra que a salvação ou a condenação não são, nesta perspectiva, uma prenda ou um castigo que Deus concede ao ser humano pelo seu bom ou mau comportamento; elas são o resultado do livre arbítrio e a conseqüente escolha, face à oferta diária e incondicional feita por Deus. A responsabilidade pela vida definitiva ou pela morte eterna não recai, assim, sobre Deus, mas sobre o ser humano. E, quando falamos em morte não estou falando necessariamente em morte física.
Assim, cabe a nos escolher e assumir a responsabilidade pela nossa escolha; mesmo inseridos numa sociedade onde cada vez mais estamos (e quando digo estamos falo de todos nós) fomentando a concorrência e a superação do próximo, Deus está nos propondo agora uma troca de paradigmas, que será imprescindível ao nosso equilíbrio.
E, para nos incentivar a realizar essa troca Ele esta nos dizendo: Meu filho amado “confia no SENHOR e faze o bem; habitarás na terra e, verdadeiramente, serás alimentado. Deleita-te também no SENHOR, e ele te concederá o que deseja o teu coração. Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele tudo fará” (Sl 37,1 a 5).