quarta-feira, 20 de abril de 2011

Conviver com Deus

Durante toda essa semana, que é a semana mais importante do ano, nos vamos falar de um momento muito especial no Ministério de Jesus; um momento emblemático e que nos traz uma lição impar sobre a nossa forma de agir e, principalmente, de reagir diante das situações adversas que teimam em acontecer na nossa vida. E, para isso, o nosso texto base é Mateus 26,36 a 56.

Para um perfeito enquadramento no tempo e no espaço, é necessário saber que os fatos narrados por Mateus acontecem logo depois de terminado a Festa da Páscoa; Jesus resolve atravessar o vale com os discípulos e foi para o monte das Oliveiras. Muitas vezes Ele tinha se retirado para aquele monte e ia até o jardim do Getsêmani para descansar, orar e ter momentos de comunhão com os discípulos, muitas vezes também passando a noite ali;

Porém, essa noite era diferente; o clima estava pesado, pois, Ele estava bem consciente do que lhe esperava. Jesus já sabia que tinha sido traído por um de seus seguidores mais próximos, vendido por 30 moedas de prata. Jesus também sabia que o impetuoso Pedro o negaria três vezes antes de o galo cantar na manhã seguinte; os demais apóstolos se espalhariam como ovelhas sem pastor; Ele passaria pela farsa de um julgamento, seria despido, açoitado, esbofeteado e por fim crucificado. Sabendo plenamente tudo o que estava para acontecer, Jesus procurou um lugar solitário para falar com Deus.

Jesus deixou oito dos discípulos na entrada do jardim e disse: “Sentem-se aqui, enquanto eu vou até ali para rezar” (Mt 26,36); e, levou Pedro, Tiago e João com Jesus para o jardim. Então aconteceu aquela espantosa e misteriosa agonia: Ele começou a ficar profundamente triste, como se estivesse para morrer. Jesus se virou para os três e disse: “Minha alma está numa tristeza de morte. Fiquem aqui e vigiem comigo” (Mt 26,38). Afastando Jesus só um pouco deles, caiu com o rosto em terra e orou: “Meu Pai, se é possível, afaste-se de mim este cálice. Contudo, não seja feito como eu quero, e sim como tu queres” (Mt 26,39).

Essa oração de Jesus ressalta que o conviver com Deus exige certa dose de esforço e renúncia; e, que mesmo assim, devemos buscar, sempre, seguir os Seus parâmetros, fazendo que Ele seja algo necessário e imprescindível e não um mero luxo adicional na nossa vida. É exatamente nesta hora que Deus espera que possamos afirmar, exatamente como fez Cristo: “Eu estou ao teu dispor para onde tu quiseres me enviar me coloco submisso a ti Senhor para o teu querer em mim realizar”.

Porém, Jesus sabia que essa troca não seria fácil; como ainda não o é hoje; até porque, no nosso caso, essa troca representa ir contra tudo aquilo que somos doutrinados, pelo mundo moderno, a fazer, que é: pensar primeiro em si mesmo e sobrando espaço pensar mais um pouco em si mesmo; por isso, digo sem medo de errar, que devemos ter a certeza que Deus tem a capacidade (e a competência) de realizar uma transformação total e radical na nossa vida, basta abrir a porta do nosso coração para Ele.

E, essa transformação fatalmente nos levará a perguntar de todo o nosso coração: “Senhor, que queres que eu faça? Desejo ardentemente que a tua vontade seja feita na minha vida”. Tendo consciência disto, devemos procurar trazer respeitabilidade aos nossos discursos e as nossas ações, fugindo da teoria proclamada – onde o nosso discurso não tem qualquer relação com os nossos atos. Ou seja, temos que seguir o exemplo de Cristo e buscar ter no coração a máxima de que “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Fl 4,8).

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