domingo, 21 de agosto de 2011

O poder restaurador de Jesus - II

Quero encerrar o estudo onde constatamos o amor de Deus, através do exemplo da Cananéia, dizendo que se você quer, verdadeiramente, receber alguma coisa de Deus a única solução é: Orar com fé!

Mas, você, sendo credo (desculpe o trocadilho) me perguntar: O que é fé? Vou responder utilizando não um tratado teológico sobre o assunto, mas sim as palavras do Espírito Santo de Deus que foram inseridas na carta do Apóstolo Paulo aos Hebreus: “A fé é um modo de já possuir aquilo que se espera, é um meio de conhecer realidades que não se vêem” (Hb 11,1).

Então deu para você entender bem isso? A fé é, nada mais nada menos, da posse antecipada daquilo que se espera; mas, que por alguma contingência ainda não está presente. E, aqui, quero frisar bem o “ainda”. Deixe-me dar um exemplo para você entender melhor: Quando estamos na casa de Deus louvando o Seu nome, eu tenho certeza que Ele está presente entre nós; Ele passeia naquele lugar para nos abençoar, para nos trazer Seu amor e aconchego.

E, você quer saber de onde eu tiro essa certeza? Da própria Palavra de Deus, contida em Mt 18,20, onde o próprio Cristo nos diz: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, aí estarei no meio deles”. Por isso já me alegro antes de sair de casa para ir a Igreja; e, essa alegria é uma posse antecipada daquilo que me espera. Eu sei que Deus estará conosco e já me alegro com esse fato maravilhoso.

Fé é isso; fé é a posse antecipada do que se espera, que já se vislumbra, mas que ainda não se concretizou, mas vai!. Eu me arrisco a dizer que aquela mulher Cananéia conseguia enxergar, pela fé, a sua filhinha curada se ela conseguisse, contra tudo e contra todos, entregar o seu problema, a sua aflição e, principalmente, a sua dor nas mãos de Jesus.

Acredito que na mente daquela Cananéia, pela fé, sabia que o Senhor tinha poder e cria que Jesus era o Filho de Deus. Essa passagem fundamenta algo que digo: “Que para tudo na vida existe uma solução. Basta que o solucionador do problema tenha a competência necessária para resolvê-lo”. Foi assim com a Cananéia; foi assim com Lázaro (Jo 11,17 a 44).

Então, tenha a consciência que devemos buscar no Senhor a fé necessária para receber D’Ele às mesmas palavras ditas a Cananéia: “Filho, Filha é grande a sua fé! Seja feito como você quer”. Ou seja, essa frase demonstra que o Ministério de Jesus veio para quebrar paradigmas e mudar as estruturas arraigadas e rígidas da época. Esse propósito pode ser facilmente observado no capitulo 15 do Evangelho de Mateus (Mt 15,21-28). E, observando essa passagem, podemos constatar três momentos distintos: A fé da Cananéia; a compaixão de Jesus; e, principalmente, as conseqüências desta compaixão.

Na verdade, a Cananéia, através da sua fé, desafiou Jesus; a Cananéia fez isso, pois tinha a nítida, clara e incontestável convicção que estava diante do Filho de Deus e que bastava à vontade de Jesus para que sua filha fosse curada. Essa é a concretização de um trinômio espetacular: Ação, fé e descansar no Senhor.

Até porque, ação sem fé e sem confiar em Deus é uma repetição automática de atos que não geram qualquer efeito prático. Fé sem ação e sem confiar em Deus não existe; e, para poder confiar plenamente em Deus é imprescindível exercitar, dia após dia, a fé, além é claro de agir.

É por isso, que nesse encontro com a Cananéia, Jesus procura nos ensinar três coisas: A primeira é que devemos manter um relacionamento com todas as pessoas, expondo todo o amor que Deus tem para nos dedicar. A segunda é que Ele, Jesus, nos impele a testemunhar, diariamente, o tamanho da nossa fé; ou seja, o que Ele fez, faz e certamente irá fazer na nossa vida. E, por fim, que é imprescindível fomentar a compaixão e a nossa doação por aqueles mais necessitados; o que não implica em dizer pessoas somente com dificuldades financeiras, mas principalmente, pessoas que têm dificuldades emocionais.

Com isso, o Cristo Vivo está demonstrando, a mim e a você, como devemos viver a vida que por Ele nos foi outorgada; e, que para isso devemos tomar os exemplos dos atletas e buscar treinamento incessante para fazer com que as pessoas possam vislumbrar o incomensurável amor de Deus. Esse treinamento é bem simples: Consiste em orar, estudar as escrituras, meditar e compartilhar com àqueles que nos cercam nossos problemas, angustias e decepções. Essa é a melhor preparação para sermos cristãos que entram no templo para louvar a Deus e saem, plenamente recarregados, para amar ao próximo e fazer a diferença onde quer que estejamos.

E, caso, qualquer um de nós tenha alguma dificuldade de colocar tudo isso em prática, devemos buscar em Cristo Jesus e no Espírito Santo de Deus todas as ferramentas necessárias para que “o Senhor vos aumente, e vos faça crescer em amor uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco” (I Ts 3,12).





Rev. Antonio Bastos

O poder restaurador de Jesus

Ontem constatamos que é necessário encher o “saco de Deus” com os nossos pedidos; porque Ele tem grandes coisas para cada um de nós. E, fomentar essa prática é imperioso porque muitas vezes pensamos que o Senhor não ouve os nossos pedidos;

Porém, quero lhe dizer neste domingo, que o fato D’Ele parecer que não ouve é que o tempo D’Ele é totalmente diferente do nosso. Mas se você continuar firme no Senhor, orando e dando graças, no momento oportuno Deus vai te atender. Foi assim com a Cananéia; e, certamente será assim com você. Então prove e veja como o Senhor é bom!

É por isso que ao provar e constatar como o Senhor é bom vamos poder viver plenamente uma frase que vi ontem quando estava voltando para casa: “Felicidade só com Jesus”. No primeiro momento me pareceu só um slogan evangélico batido e que revelava uma natureza mais pentecostal do proprietário do veículo. Mas, analisando melhor, constatei que essa frase (além de ser uma frase de efeito!) demonstra uma verdade absoluta (vivida pela Cananéia), senão vejamos:

A Cananéia reconheceu o tamanho do poder restaurador de Jesus e pode constatar que a Sua finalidade maior foi, é e continua a ser: O anúncio do Evangelho, o resgate da dignidade humana, o amparo aos aflitos e o testemunho do amor incondicional de Deus por todos:

E, isso é possível porque “E o testemunho é este: Deus nos deu a Vida eterna, e esta Vida está em seu Filho. Quem tem o Filho, tem a Vida; quem não tem o Filho de Deus, não tem a Vida” (I Jo 5,11-12). Essa, pelo menos no meu ponto de vista, é a felicidade que estava por traz do adesivo no carro e que foi vivida pela Cananéia; pois, independente dos problemas e das condições externas, “Se alguém está em Cristo, é nova criatura. As coisas antigas passaram; eis que uma realidade nova apareceu” (II Co 5,17).

Assim, eu não tenho dúvida de que para concretizarmos o nosso projeto de felicidade, devemos convidar o Senhor Jesus para entrar em nosso coração; devemos deixar que Ele possa agir na nossa vida; além, é claro, de submeter a nossa vontade e os nossos planos completamente a Ele.

E como fazer isso? Seguindo o exemplo da Cananéia, clamando a Deus; chamando Sua atenção aos nossos problemas, demonstrando a nossa disponibilidade e pedindo que Ele entre em nosso coração; vivendo a certeza de que Ele é o elemento essencial para que possamos ser efetivamente felizes.

E, ao tomarmos a importante decisão de ter Jesus ao nosso lado, vamos constatar que diversas coisas maravilhosas vão acontecer: Ele vai realmente entrar e morar em nosso coração e a nossa vida vai se transformar numa grande aventura, à medida que Deus for revelando o Seu plano, o Seu propósito e a nossa tarefa neste maravilhoso conglomerado.

Mais uma vez digo que ter Deus na nossa vida não quer dizer que estaremos isentos de problemas, perseguições e momentos conturbados. Muito pelo contrário, isso denota que Ele nos brindará com a força necessária para suportar tudo isso; pois, “no mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16,33).

Por tudo o que vimos não tenho dúvida de que para concretizarmos o nosso sonho de felicidade, cada um de nós deve buscar Deus diariamente, dando o testemunho de Jesus através de nossas palavras e, principalmente, das ações, confiando N'Ele cada detalhe da nossa existência e permitindo que o Espírito Santo de Deus controle a nossa vida e nos conceda o poder para agir (Gl 5,16-17; At 1,8).

Tudo isso deve nos levar a inabalável certeza de que é imprescindível sermos “firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (I Co 15,58). E, diante desta magnífica realidade, a coisa mais trágica que pode acontecer a um ser humano é passar pela vida sem jamais abrir o seu coração, nem aceitar as dádivas de amor, alegria, esperança e paz que fluem do coração divino em direção ao nosso. Por tudo isso, o advento deve nos conduzir ao caminho que pode nos levar a sermos plenamente felizes;

Mas, para isso, devemos prestar muita atenção em todos os sinais que aparecem na nossa vida, para não deixar que nada nos afaste do melhor presente de Deus: O Seu infinito amor, que nos leva a certeza de que “se ando em meio à tribulação tu me refazes a vida;” (Sl 138-7).





Rev. Antonio Bastos

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Existem limites na atuação de Deus na nossa vida? - III

Por tudo que falamos sobre o encontro de Jesus e a Cananéia (Mt 15,21-28), eu gostaria de comentar com você que diante das dificuldades, dos problemas, das tribulações e até das tragédias que acontecem na nossa vida, há pelo menos duas possibilidades: Ou você se revolta contra tudo e todos, inclusive contra Deus e entra em um espiral descendente, que vai lhe levar ao fundo do poço;

Ou você se aproxima mais desse Deus que te ama profundamente; ou você se aproxima mais desse Deus que está ao seu lado; ou você se aproxima mais desse Deus que está disposto a lhe conceder auxilio; ou você se aproxima mais desse Deus que lhe estende a mão e espera que você pegue. Então, veja o exemplo da Cananéia, ela não se revolta com as palavras duras de Jesus, muito pelo contrário, ela busca auxílio junto a Deus.

E, o que mais me chama a atenção nesse texto é que ele começa com a Cananéia clamando em alta voz atrás de Jesus, ela pede misericórdia, mas Jesus parece não dar bola para ela. Ela vai gritando por ajuda, mas Jesus não lhe dá a menor atenção. Não é assim também que acontece muitas vezes conosco em nossas orações?

Nós buscamos a Deus num momento muito difícil da vida, mas parece que Ele não nos ouve. É como se o Senhor precisasse usar mais o contonete.

Nessas horas se abate sobre nós um grande sentimento de abandono. E, nos sentimos sozinhos, achando que o próprio Deus também nos deixou. Mas quantas vezes isso é uma prova de fé para nós. Aqueles que desistem de pedir, desistem da oração, fatalmente vão deixar de receber. Mas aqueles que buscam ao Senhor com perseverança, sem desistir, acabam alcançando o Seu amor, a Sua Graça e misericórdia.

E, esse texto sempre me fez faz lembrar a parábola que Jesus contou sobre como devemos perseverar na oração. É a parábola da viúva persistente. Essa parábola nos fala de uma viúva que queria justiça contra um adversário e insistiu muito junto a um juiz iníquo, até que recebeu o que ela esperava. E, Jesus usou esta parábola, essa estória para nos falar da importância em insistir na oração.

Então viva o exemplo da Cananéia e não desista; seja persistente com o Senhor, não engrosse o cordão daqueles que dizem: “Eu já cansei de orar, mas Deus não responde!”. Não faça isso, não se canse de orar nunca! Insista, mesmo que demore dias, meses, anos. Insista no seu pedido a Deus; encha o “saco de Deus” com os seus pedidos; porque Ele tem grandes coisas para você. Lembre-se que Jesus pode nos ajudar a administrar os nossos fardos e cargas que hoje nos parecem demasiadamente pesadas. Essa certeza está em Mateus 11,28: “Vinde a mim, todos os que estai cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”.

Então, se você tem dificuldade em solucionar problemas? Lembre-se que Deus o ajudará. O único pré-requisito é pedir, porém, pedir com fé, não duvidando; pois, aquele que duvida é semelhante à onda do mar, que é sublevada e agitada pelo vento. A promessa que Deus vai resolver absolutamente todos os problemas de uma vez e imediatamente, é, no mínimo, insensata. Até porque Ele nos disse “No mundo tereis aflições”.

Assim, mesmo quando nos deparamos com grandes problemas, não devemos buscar soluções mágicas, pois Deus nos ensina que a nossa obrigação é lutar e seguir sempre em frente; devemos “seguir para águas profundas e lançar as nossas redes” (Lc 5), sem esperar que Ele faça tudo sozinho. Porém, não devemos ter um ceticismo exacerbado, a via média é buscar olhar as coisas que nos são apresentadas com muita atenção, crendo na bênção de Deus e na vida abundante que Ele nos concede; mas, sabendo que isso não se concretizará em num “clique”;

E, que cada um de nós deve fazer a sua parte para alcançar a tão sonhada felicidade, tendo sempre como lema de vida as palavras de II Cor 2,17: “Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus”. Ou seja, devemos, sempre, confiar nas promessas de Deus e nunca em nós mesmos, tendo a nítida, clara e incontestável certeza que todos os planos que Deus tem para nós são bons; tendo sempre em mente que “todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8,28).

Rev. Antonio Bastos

Existem limites na atuação de Deus na nossa vida? - II

Diante do que vimos ontem na parte do Evangelho de Mateus (Mt 15,21-28) que é à base das nossas conversas diárias, uma pessoa que me é muito cara questionou a afirmação sobre o porque dessa afirmação de Jesus: “Não está certo tirar o pão dos filhos, e jogá-lo aos cachorrinhos” (Mt 15,24).
Acredito que Jesus disse essas palavras por saber que a Cananéia não seria intimidada pela Sua resposta dura e, até um pouco mal-educada de Jesus. Ao invés disso, a Cananéia, com astúcia e coragem a resposta de Jesus dizendo: “Sim, Senhor, é verdade; mas também os cachorrinhos comem as migalhas que caem da mesa de seus donos” (Mt 15,27).

Porém, devemos ter a consciência que essa resposta engenhosa e desafiante abre possibilidades para sua filha e para Jesus, que pode colocar em prática o amor de Deus e demonstrar com ações e reações que Deus é para todos e que Ele, e somente Ele, pode solucionar o problema que aflige àquela mulher e sua família; e, é isso que o Senhor Jesus faz, respondendo positivamente e realizando o desejo daquela mulher.

Diante de tudo isso, você pode pensar: “Jesus disse para a Cananéia que não iria lhe ajudaria porque ela não era judia. Então teria Jesus sido preconceituoso?”. Antes de responder, apresar de já saber a resposta, devemos analisar tudo que aconteceu, e vamos poder constatar juntos que foi exatamente o contrário: O Senhor começou falando aquilo que os judeus queriam ouvir, para depois mostrar que aquela pessoa, uma mulher e Cananéia, tinha uma fé maior que a de muitos deles.

O impacto das palavras da Cananéia foi enorme. Mas esse impacto foi realçado porque aquela Cananéia era uma mulher relevante, uma mulher que fez a diferença, como é o normal das mulheres. Então convido você a tomarmos aquela Cananéia como exemplo e imitarmos as suas ações e reações para nos tornarmos uma pessoa relevante para Deus:

A pessoa relevante é aquela que não duvida de Deus mesmo que todas as possibilidades pareçam contrárias. Lembre-se que naquela época a mulher era um ser humano de segunda, para não dizer de terceira classe na visão da sociedade judaica. Se não fosse judia, então, menos atenção lhe seria dada. Mas aquela mulher não duvida do amor de Deus, mesmo que tudo estivesse contra ela.

Outro ponto é que a pessoa relevante procura ajuda no lugar certo e com a pessoa certa: Jesus Cristo! A Cananéia foi procurar em Jesus a direção que precisava, foi procurar em Jesus o apoio necessário para resolver o seu problema. A Cananéia demonstrou com ações e reações que devemos buscar em Jesus as respostas e o consolo para as nossas aflições.

É por isso que a história que ouvimos traz a tona uma grande lição, a lição que Jesus concedeu aos seus discípulos: Não podemos nos enclausurar dentro de nossos conceitos e preconceitos, sem perceber a realidade ao nosso redor; mesmo que pareça incoerente, mesmo que incomode, mesmo que seja preciso mudar as regras... Então tenha em mente que toda regra tem que ter uma exceção para ser validada como regra.

Então, hoje, nesta terça-feira, tenha a certeza que Deus espera que você se sinta impelido a um engajamento amplo, total e irrestrito na realização da Sua obra no mundo, que tem por objetivo maior: Transformar corações e restaurar vidas. Porém, não podemos buscar a Deus como uma solução mágica para a crise existencial que paira sobre a humanidade; ou, estamos busca-LO como um “gênio da lâmpada” que pode transformar a nossa caminhada num mar de rosas e/ou num viver sem problemas, perseguições ou momentos conturbados; ou seja, será que estamos buscando um ser sobrenatural que nos concederá todos os desejos, além de nos livrar da ansiedade e do stress moderno?

Sinto em dizer que Deus, por tudo que Ele fez, faz e fará na nossa vida, não pode ser reduzido a tanto. Ele nos diz que é fácil chorar ou sorrir quando der vontade; o que é realmente difícil é poder sorrir com vontade de chorar; e, que não resta a menor dúvida que a maior ansiedade do ser humano são as respostas para as nossas questões mais íntimas, porém uma delas complementa uma pergunta: O que Deus planeja para a nossa vida?

Pois, devemos agir como a Cananéia, e sabendo exatamente o que estamos procurando, vamos no mínimo, ter a certeza que o Seu plano para a nossa vida é algo maravilhoso e engrandecedor. Além disso, outra certeza é que esse plano pode não ser o que queremos, mas certamente é o melhor para a nossa vida.

Essa realidade me conduz a uma constatação: ao procurar Deus e reconhecer, plenamente, que Jesus tem um escopo muito maior do que um mero “solucionador de problemas” ou de um extintor de incêndio – que somente funciona nas horas de crise; vamos poder desfrutar, verdadeiramente, das Suas promessas e viver a certeza de que Ele fez uma escolha por cada um de nós, e que essa escolha é um sinal do Seu infinito Amor.

Assim, ao procurarmos Deus, devemos procurar de todas as formas, tê-LO sempre ao nosso lado, compartilhando com Ele não somente as nossas dores, mas principalmente as nossas vitórias, pois sem esse exercício, que gera intimidade, vamos nos sentir alijados da Sua convivência e isso acarretará, invariavelmente, o nosso distanciamento da única coisa realmente necessária para a nossa vida: O Seu infinito amor.

Assim, devemos utilizar o exemplo de vida da Cananéia para confirmar a nossa própria missão de transformadores do mundo, e confiando na intercessão de Deus para levarmos a pleno cumprimento desta missão, por Ele outorgada; além da certeza de que ao Seu lado vamos poder dizer: “achamos o Messias! – o que significa o Cristo” (Jo 1,41) e que “Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente” (Hb 13,8).



Rev. Antonio Bastos



segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Existem limites na atuação de Deus na nossa vida?

Ontem, segundo domingo de agosto foi um dia muito especial; mas, apesar de engrossar o cordão daqueles que não dão muita importância a essa data, porque ela foi criada para estimular a venda de presentes e tem um apelo nitidamente comercial; não posso como filho e principalmente como pai, renegar essa data a um segundo plano, até porque é necessário homenagear a todos nós que somos (ou ainda vamos ser) pais;

Por isso, quero como homenagem espacial aos pais presentes e ausentes quero tratar de um momento muito especial do Ministério de Jesus (apesar dessa afirmação ser até redundante!), onde o Filho de Deus encontra uma mulher Cananéia; e, esse encontro nos traz lições magistrais. Esse texto esta no capitulo 15 do Evangelho de Mateus (Mt 15,21-28).

Mateus ressalta a dificuldade que temos em ouvir um não; dificuldade que se torna ainda mais dolorida quando você tem absoluta certeza de que seu pedido é no mínimo justo. Porém, mais duro que ouvir um “não” é ser ignorada, e isto também aconteceu com a mulher Cananéia. E, porque estou falando isso? O texto de Mateus relata uma mulher Cananéia que ouviu um sonoro não; e o que é pior, foi um não carregado de bons argumentos.

E, diante dessa situação, sinto-me na obrigação de dizer que existem duas maneiras de reagir a um não: Você pode se resignar e aceitar a resposta negativa; ou você pode lutar por aquilo que você acredita, gritar e chamar a atenção para si. Essa última opção foi aquela usada pela Cananéia; a sua postura submissa , o seu jeito de se aproximar de Jesus, são somente partes de sua identidade; o seu pedido e a sua insistência desafiam a missão de Jesus, além de confrontar a ideologia dominante à época com a nova forma de ver e viver a fé que era trazida por Jesus. Aquela mulher simples exigiu que Jesus tornasse disponível para ela tudo aquilo que estava disponível para os filhos Israel.

Mas, diante desse desafio Jesus não responde com ajuda instantânea, mas sim com o Seu silêncio. Não é dado nenhum motivo, entretanto, os fatores étnicos, culturais, religiosos, econômicos e políticos daqueles dias sugerem várias razões para Jesus ignorá-la; tanto é que num segundo momento Jesus afirma: “Não é bom tirar o pão dos filhos e dá-los aos cachorrinhos” (Mt 15,26);

E, mesmo depois de ter recebido essa resposta negativa, sem se amedrontar, a mulher se ajoelha diante de Jesus e clama por socorro. Junto com a sua submissão ela pede novamente e continua audaciosamente, reclamando, em alto e bom som, o seu lugar nos propósitos de Deus. E o interessante é que a Cananéia não se ofendeu quando Jesus lhe chama de “cachorrinhos”; quantos achariam isso demais e teriam desistido; mas ela não desiste. Ela continua e se humilha aos pés do Senhor. Ela aceita ser tratada dessa forma.

Essa é uma lição para nós. Quantos se acham dignos de receber alguma coisa de Deus; acham que têm méritos próprios. Mas esse é um ledo engano. Nós, todos nós não merecemos nada do Senhor. O que Ele nos dá é por e com amor, pela sua graça e misericórdia. Foi assim que aconteceu com a Cananéia. Foi esse amor, graça e misericórdia que fez Jesus, admirado com a fé daquele mulher dizer: “Mulher, é grande a sua fé! Seja feito como você quer” (Mt 15,28).

Aqui se concentra a força desta história: A mulher Cananéia não é intimidada pela resposta de Jesus. Ao invés, ela, com astúcia e coragem reformula a resposta de Jesus e afirma: “Também os cachorrinhos comem das migalhas que caem das mesas dos seus donos” (Mt 15,27). Essa resposta dela se move além das barreiras da divisão étnica, cultural, religiosas, de gênero e política, para as possibilidades que permanecem firmes às promessas de Deus de abençoar todas as nações da terra.

E, esse episódio pode levar você a fazer o seguinte questionamento: Será que Deus sempre Se deixa achar por nós? Ou será que em alguns momentos Ele age como se fossemos a Cananéia? Pode não parecer, mas essas perguntas têm toda relação com uma proposta divina: “Vinde após Mim e farei de vós pescadores de homens” (Mc 1,17).

Até porque, eu não acredito que Jesus coloca limites na Sua atuação na nossa vida; na verdade, Ele nos deixa livres para que a decisão de segui-LO seja espontânea e venha do fundo do nosso coração, exatamente como aconteceu com a Cananéia. E, o Senhor faz isso, porque sabe que essa decisão implica em doação, comprometimento e um grande compromisso com Deus.

Vejo, por tudo que Deus fez, faz e certamente fará na nossa vida que estar disponível para que possamos buscá-LO é uma das qualidades inerentes de Deus; mas, essa busca tem que ser de dentro para fora; pois, é ela que nos irá fazer trazer pessoas para conhecer o estupendo amor de Deus. Foi isso que fez a Cananéia.

Então, faça como a Cananéia e deixe de se preocupar com a disponibilidade da agenda de Jesus; fique aos Seus pés; clame por Ele e você vai experimentar do nosso bom e terno Deus a Sua fidelidade, quando nos diz: “não fostes vós que me escolhestes, mas fui Eu que vos escolhi o vos designei para irdes e produzirdes fruto e para que o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo que pedirdes ao Pai em meu nome Ele vos dê” (Jo 15,16).
Rev. Antonio Bastos





domingo, 14 de agosto de 2011

A coragem para enfrentar a turbulência - III

Ontem estava em um engarrafamento e vi num carro o seguinte adesivo: “Refez minha história; Apagou meu passado; Tu és o Deus extraordinário”.

Esse adesivo me fez lembrar de uma frase do Rev. Nogueira, que não conheci, mas certamente foi iluminado pelo Espírito Santo de Deus ao responder, “quando alguém comentava que ‘Deus escreve certo por linhas tortas’, afirmava em alto e bom tom: ‘Não! Deus escreve sempre certinho, nós é que somos vesgos!’”

Então para evitar o estrabismo em relação às coisas de Deus, faz-se necessário observar essa parte do Evangelho de Mateus (Mt 14,22-33) que relata o perigo que os discípulos passaram, como um momento de chamado do Senhor; um chamado para uma vida nova, uma vida plena, uma vida pautada nos princípios de Deus.

Então, caso esse seja um momento da sua vida onde você esteja se sentindo sozinho e pensando que Jesus se afastou de você e lhe deixou a deriva; ou então, pode ser que você nunca tenha encontrado o nosso bom e terno Deus de frente; quero lhe dizer que hoje, certamente, é a oportunidade para dirimir essas situações;

Até porque, em qualquer uma dessas duas hipóteses, você tem que ter a certeza que o Senhor cria, dia após dia, oportunidades para estar bem junto de você; Ele procura meios e formas, até alguns subterfúgios para se aproximar da sua vida como um pai amoroso. Ele é Àquele que caminha sobre as águas e que vai lhe conceder a dádiva definitiva de caminhar com Deus. Àquele que caminha sobre as águas quer ir ao seu encontro; então, sinta-se protegido por Deus, porque você é precioso para Ele; Deus lhe trata como a “menina de Seus olhos”; e, não importa neste momento quão grande seja a tempestade, e muito menos, quão grande estejam às ondas do mar! O nosso Deus é maior do que tudo isso.

Mas, se até hoje você tem se lançado ao mar sem Jesus; tem tomado suas próprias decisões sem orientação do Senhor; se você tem se atirado no mundo sem saber exatamente qual a direção a tomar; olhe para Àquele que vem sobre as águas e que vai lhe estendendo a Sua mão, para lhe conduzir por caminhos novos. Creia nisso; não chame Deus de pai, isso não é suficiente, chame Ele de paizinho; ou para os nordestinos como eu, chame Deus de “painho”; coloque na sua relação com Deus a intimidade de um filho que nos momentos de alegria e de dor pode descansar a cabeça no ombro do seu Pai amado; e, agindo assim, Deus, através do Seu infinito amor vai abrir para você um céu de brigadeiro!

E, Ele faz tudo isso porque Seu grande objetivo é viver no seu coração; o Seu grande objetivo é que você possa olhar para Ele como um pai amoroso e reconhecer N’Ele o seu refugio e fortaleza, socorro bem presente na hora da angustia; Porque, quando Ele diz uma palavra, a sua história muda... Ele fala, e o curso de sua vida muda... Deus estende a Sua mão sobre você, e abre um céu de brigadeiro sobre sua vida.

Assim, independente dos nossos problemas, Deus vem nos mostrando, no passar dos tempos, que devemos pedir; mas não podemos nos esquecer de agradecer por tudo o que Ele já fez e vai fazer na nossa vida, independentemente do tamanho dos nossos problemas atuais.

Tenha a certeza de que Deus sempre responde ao nosso pedido, não existe nenhuma suplica sem resposta. Porém, Deus nos concede apenas três respostas para os nossos pedidos: Sim; não ou espere. Em alguns momentos nós queremos fazer que Deus responda exatamente o que e quando queremos ouvir; relegando a resposta que não nos interessa.

Pois, não existe nada de mágico na nossa relação com Deus, nem tampouco temos como negociar com Ele, por isso, que ao orar, não devemos nos que inquietar em manifestar os nossos desejos ou as nossas necessidades a Deus que tudo conhece; tendo a convicção de que “todos os meus desejos estão diante de ti” (Sl 37,10).

E, é por conta desse Salmo que não podemos esquecer que todo o Ministério de Jesus utiliza a prática e os resultados concretos desta prática, que estimula todos nós a crescerem juntos, na busca do conhecimento, da reflexão e da ação que leva a transformações. Afinal, foi Ele mesmo que disse: “Aprendei de mim.” (Mt 11,29) e “Sede vós perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celeste.” (Mt 5,48);

Até porque, Deus nos mostra que para ouvir a Sua os nossos corações devem estar abertos àquilo que o Senhor quer nos comunicar; ou seja, temos que estar dispostos a transformar o mundo em um lugar melhor para se viver, pois “Ele era cheio de graça e de verdade” (Jo 1,14).

Por tudo isso, eu espero que possamos juntos dizer não só no dia dos pais, mas muitas vezes durante o ano:
Paizinho do céu, “painho” querido, muito obrigado pela dádiva de ser Teu filho; muito obrigado pela certeza de que Tu nos concederá cada novo dia, mais sabedoria, discernimento, amor, e todas as demais características do nosso irmão mais velho Jesus Cristo; e você faz isso como um Pai perfeito que fores, és e sempre serás para que todos nós; pois essa certeza nos fará apregoar que “se ando em meio à tribulação tu me refazes a vida;” (Sl 138-7).


                                                                                                       Rev.Antonio Bastos








quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A grandeza do nosso Deus no mundo

Ontem constatamos juntos (veja como estou pretensioso!) que o Evangelho de Mateus (Mt 14,22-33) traz a tona uma certeza: Devemos seguir as determinações de Jesus, mesmo que elas nos levam ao “olho” da tempestade; porque Deus, através do Seu Espírito Santo, no momento certo estará com a Sua mão estendida para nós.

Mas, para que isso aconteça, nunca devemos tirar os nossos olhos de Jesus. Veja o exemplo de Pedro, quando sentiu o vento, ficou com medo, deixou de olhar para o Senhor e começou a afundar. Imediatamente Jesus estendeu a mão e o segurou. E disse: “Homem fraco na fé, por que você duvidou?”. A grande lição que essa passagem nos ensina é que muitas vezes nós tiramos os olhos de Deus quando tudo vai bem.

Pedro estava vivendo uma experiência magnífica, jamais experimentada por ninguém. Pedro teve a chance de romper as leis da física e caminhar sobre as águas; mas, durante esse momento espetacular Pedro tira os olhos de Jesus e começa a afundar. Muitas tiramos os olhos do Mestre, perdemos o foco e passamos a olhar somente para a tempestade e esquecemos que o sol vai brilhar logo em breve; é por isso que afundamos.

Note que de todos os apóstolos, Pedro foi sempre o mais impetuoso e agitado; e, imagino que foi exatamente por isso que Pedro foi aquele que mais Jesus experimentou. Mesmo assim, Pedro teve as suas contradições, uma hora ele está em cima outra em baixo.

E, quando Jesus pergunta o que dizem os homens quem Ele era, os discípulos começam a dar as opiniões da população; mas, Pedro salta e diz “Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo” (Mt 16,16) ao que Jesus responde dizendo “Bem aventurado és tu Simão filho de Jonas, porque não foi carne nem sangue que te revelou mais o meu pai que está nos céus” (Mt 16,17).

E, Pedro pensa, “Tô bem na fita”, porque ser elogiado por Deus não é coisa para todo mundo; mas, naquela mesma tarde quando Pedro se intromete na Palavra do Senhor e ouve o oposto quando Jesus diz a ele “Fique longe de mim, Satanás! Você é uma pedra de tropeço para mim, porque não pensa as coisas de Deus, mas as coisas dos homens!” (Mt 16,23);

E, Pedro reflete: “De manhã eu fui bem aventurado, agora Ele me chama de satanás, quem eu sou?”. Esse era Pedro. Mas não parou por ai, Pedro chegou até a negar que conhecia Jesus por três vezes; mas Jesus o restaurou e quando Pedro, na praia do mesmo Mar da Galileia, afirmou que amava o Senhor por três vezes, Jesus deixa Pedro como o responsável para continuar a sua Igreja, dizendo: “Tu és Pedro e sobre essa pedra erguerei a minha Igreja. Tudo o que ligares na terra, será ligado no céu. Tudo o desligares na terra, será desligado no céu. E, as forças do mal nunca prevalecerão contra Ela” (Mt 16,17-18).

E, Pedro, cumprindo a missão que Jesus lhe deixou, acabou sendo preso e, ao lhe dizerem que ele iria morrer crucificado como Jesus, ele disse: “Não eu não mereço morrer como o meu Senhor”; e pediu que o crucificassem de cabeça para baixo. E, assim foi feito.

Pedro é o exemplo que a nossa confiança em Jesus deve ser ilimitada; então, meus queridos tenham a certeza absoluta de que Jesus te localiza onde você estiver; Jesus tem conhecimento de toda a sua vida, de todos os seus passos, de todas as suas necessidades. Jesus é O Deus poderoso que caminha sobre as águas, e anda no meio da tempestade, e quer te livrar de todos os males.

Então saiba que as tribulações, as tempestades que você passa na vida, não tem outra finalidade a não ser mostrar toda a glória de Deus. Vou afirmar algo que talvez você não saiba: É através das tribulações que você cresce; é através das tribulações que você se torna uma pessoa mais madura. E isso demonstra que o único meio de amadurecermos a nossa fé, é só mesmo quando passamos por momentos difíceis, duros, que chacoalham a nossa vida, parecendo nos querer engolir ou derrubar. Então use as tempestades da vida para testemunhar a grandeza do teu Deus ao mundo.

E, isso demonstra que os problemas são inevitáveis e, que são também uma forma de nos ajudar a crescer espiritualmente; ou seja, Deus está mostrando a cada um de nós que independente do tamanho dos nossos problemas, angústias ou decepções, devemos, sempre, ver neles o potencial necessário para que, com muito trabalho, possamos transformá-los em, primeiramente, uma carga mais leve e, logo em seguida, no combustível necessário para seguirmos a diante e chegarmos mais longe.

Lembre-se que Jesus pode nos ajudar a administrar os nossos fardos e cargas que hoje nos parecem demasiadamente pesadas. Está em Mateus 11,28 “Vinde a mim, todos os que estai cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”. Então, se você tem dificuldade em solucionar problemas? Lembre-se que Deus o ajudará. O único pré-requisito é pedir, porém, pedir com fé, não duvidando; pois, aquele que duvida é semelhante à onda do mar, que é sublevada e agitada pelo vento. Ou seja, devemos, sempre, confiar nas promessas de Deus e nunca em nós mesmos, tendo a nítida, clara e incontestável certeza que todos os planos que Deus tem para nós são bons; tendo sempre em mente que “todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8,28).


                                                                                                  Rev. Antonio Bastos