domingo, 21 de agosto de 2011

O poder restaurador de Jesus - II

Quero encerrar o estudo onde constatamos o amor de Deus, através do exemplo da Cananéia, dizendo que se você quer, verdadeiramente, receber alguma coisa de Deus a única solução é: Orar com fé!

Mas, você, sendo credo (desculpe o trocadilho) me perguntar: O que é fé? Vou responder utilizando não um tratado teológico sobre o assunto, mas sim as palavras do Espírito Santo de Deus que foram inseridas na carta do Apóstolo Paulo aos Hebreus: “A fé é um modo de já possuir aquilo que se espera, é um meio de conhecer realidades que não se vêem” (Hb 11,1).

Então deu para você entender bem isso? A fé é, nada mais nada menos, da posse antecipada daquilo que se espera; mas, que por alguma contingência ainda não está presente. E, aqui, quero frisar bem o “ainda”. Deixe-me dar um exemplo para você entender melhor: Quando estamos na casa de Deus louvando o Seu nome, eu tenho certeza que Ele está presente entre nós; Ele passeia naquele lugar para nos abençoar, para nos trazer Seu amor e aconchego.

E, você quer saber de onde eu tiro essa certeza? Da própria Palavra de Deus, contida em Mt 18,20, onde o próprio Cristo nos diz: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, aí estarei no meio deles”. Por isso já me alegro antes de sair de casa para ir a Igreja; e, essa alegria é uma posse antecipada daquilo que me espera. Eu sei que Deus estará conosco e já me alegro com esse fato maravilhoso.

Fé é isso; fé é a posse antecipada do que se espera, que já se vislumbra, mas que ainda não se concretizou, mas vai!. Eu me arrisco a dizer que aquela mulher Cananéia conseguia enxergar, pela fé, a sua filhinha curada se ela conseguisse, contra tudo e contra todos, entregar o seu problema, a sua aflição e, principalmente, a sua dor nas mãos de Jesus.

Acredito que na mente daquela Cananéia, pela fé, sabia que o Senhor tinha poder e cria que Jesus era o Filho de Deus. Essa passagem fundamenta algo que digo: “Que para tudo na vida existe uma solução. Basta que o solucionador do problema tenha a competência necessária para resolvê-lo”. Foi assim com a Cananéia; foi assim com Lázaro (Jo 11,17 a 44).

Então, tenha a consciência que devemos buscar no Senhor a fé necessária para receber D’Ele às mesmas palavras ditas a Cananéia: “Filho, Filha é grande a sua fé! Seja feito como você quer”. Ou seja, essa frase demonstra que o Ministério de Jesus veio para quebrar paradigmas e mudar as estruturas arraigadas e rígidas da época. Esse propósito pode ser facilmente observado no capitulo 15 do Evangelho de Mateus (Mt 15,21-28). E, observando essa passagem, podemos constatar três momentos distintos: A fé da Cananéia; a compaixão de Jesus; e, principalmente, as conseqüências desta compaixão.

Na verdade, a Cananéia, através da sua fé, desafiou Jesus; a Cananéia fez isso, pois tinha a nítida, clara e incontestável convicção que estava diante do Filho de Deus e que bastava à vontade de Jesus para que sua filha fosse curada. Essa é a concretização de um trinômio espetacular: Ação, fé e descansar no Senhor.

Até porque, ação sem fé e sem confiar em Deus é uma repetição automática de atos que não geram qualquer efeito prático. Fé sem ação e sem confiar em Deus não existe; e, para poder confiar plenamente em Deus é imprescindível exercitar, dia após dia, a fé, além é claro de agir.

É por isso, que nesse encontro com a Cananéia, Jesus procura nos ensinar três coisas: A primeira é que devemos manter um relacionamento com todas as pessoas, expondo todo o amor que Deus tem para nos dedicar. A segunda é que Ele, Jesus, nos impele a testemunhar, diariamente, o tamanho da nossa fé; ou seja, o que Ele fez, faz e certamente irá fazer na nossa vida. E, por fim, que é imprescindível fomentar a compaixão e a nossa doação por aqueles mais necessitados; o que não implica em dizer pessoas somente com dificuldades financeiras, mas principalmente, pessoas que têm dificuldades emocionais.

Com isso, o Cristo Vivo está demonstrando, a mim e a você, como devemos viver a vida que por Ele nos foi outorgada; e, que para isso devemos tomar os exemplos dos atletas e buscar treinamento incessante para fazer com que as pessoas possam vislumbrar o incomensurável amor de Deus. Esse treinamento é bem simples: Consiste em orar, estudar as escrituras, meditar e compartilhar com àqueles que nos cercam nossos problemas, angustias e decepções. Essa é a melhor preparação para sermos cristãos que entram no templo para louvar a Deus e saem, plenamente recarregados, para amar ao próximo e fazer a diferença onde quer que estejamos.

E, caso, qualquer um de nós tenha alguma dificuldade de colocar tudo isso em prática, devemos buscar em Cristo Jesus e no Espírito Santo de Deus todas as ferramentas necessárias para que “o Senhor vos aumente, e vos faça crescer em amor uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco” (I Ts 3,12).





Rev. Antonio Bastos

O poder restaurador de Jesus

Ontem constatamos que é necessário encher o “saco de Deus” com os nossos pedidos; porque Ele tem grandes coisas para cada um de nós. E, fomentar essa prática é imperioso porque muitas vezes pensamos que o Senhor não ouve os nossos pedidos;

Porém, quero lhe dizer neste domingo, que o fato D’Ele parecer que não ouve é que o tempo D’Ele é totalmente diferente do nosso. Mas se você continuar firme no Senhor, orando e dando graças, no momento oportuno Deus vai te atender. Foi assim com a Cananéia; e, certamente será assim com você. Então prove e veja como o Senhor é bom!

É por isso que ao provar e constatar como o Senhor é bom vamos poder viver plenamente uma frase que vi ontem quando estava voltando para casa: “Felicidade só com Jesus”. No primeiro momento me pareceu só um slogan evangélico batido e que revelava uma natureza mais pentecostal do proprietário do veículo. Mas, analisando melhor, constatei que essa frase (além de ser uma frase de efeito!) demonstra uma verdade absoluta (vivida pela Cananéia), senão vejamos:

A Cananéia reconheceu o tamanho do poder restaurador de Jesus e pode constatar que a Sua finalidade maior foi, é e continua a ser: O anúncio do Evangelho, o resgate da dignidade humana, o amparo aos aflitos e o testemunho do amor incondicional de Deus por todos:

E, isso é possível porque “E o testemunho é este: Deus nos deu a Vida eterna, e esta Vida está em seu Filho. Quem tem o Filho, tem a Vida; quem não tem o Filho de Deus, não tem a Vida” (I Jo 5,11-12). Essa, pelo menos no meu ponto de vista, é a felicidade que estava por traz do adesivo no carro e que foi vivida pela Cananéia; pois, independente dos problemas e das condições externas, “Se alguém está em Cristo, é nova criatura. As coisas antigas passaram; eis que uma realidade nova apareceu” (II Co 5,17).

Assim, eu não tenho dúvida de que para concretizarmos o nosso projeto de felicidade, devemos convidar o Senhor Jesus para entrar em nosso coração; devemos deixar que Ele possa agir na nossa vida; além, é claro, de submeter a nossa vontade e os nossos planos completamente a Ele.

E como fazer isso? Seguindo o exemplo da Cananéia, clamando a Deus; chamando Sua atenção aos nossos problemas, demonstrando a nossa disponibilidade e pedindo que Ele entre em nosso coração; vivendo a certeza de que Ele é o elemento essencial para que possamos ser efetivamente felizes.

E, ao tomarmos a importante decisão de ter Jesus ao nosso lado, vamos constatar que diversas coisas maravilhosas vão acontecer: Ele vai realmente entrar e morar em nosso coração e a nossa vida vai se transformar numa grande aventura, à medida que Deus for revelando o Seu plano, o Seu propósito e a nossa tarefa neste maravilhoso conglomerado.

Mais uma vez digo que ter Deus na nossa vida não quer dizer que estaremos isentos de problemas, perseguições e momentos conturbados. Muito pelo contrário, isso denota que Ele nos brindará com a força necessária para suportar tudo isso; pois, “no mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16,33).

Por tudo o que vimos não tenho dúvida de que para concretizarmos o nosso sonho de felicidade, cada um de nós deve buscar Deus diariamente, dando o testemunho de Jesus através de nossas palavras e, principalmente, das ações, confiando N'Ele cada detalhe da nossa existência e permitindo que o Espírito Santo de Deus controle a nossa vida e nos conceda o poder para agir (Gl 5,16-17; At 1,8).

Tudo isso deve nos levar a inabalável certeza de que é imprescindível sermos “firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (I Co 15,58). E, diante desta magnífica realidade, a coisa mais trágica que pode acontecer a um ser humano é passar pela vida sem jamais abrir o seu coração, nem aceitar as dádivas de amor, alegria, esperança e paz que fluem do coração divino em direção ao nosso. Por tudo isso, o advento deve nos conduzir ao caminho que pode nos levar a sermos plenamente felizes;

Mas, para isso, devemos prestar muita atenção em todos os sinais que aparecem na nossa vida, para não deixar que nada nos afaste do melhor presente de Deus: O Seu infinito amor, que nos leva a certeza de que “se ando em meio à tribulação tu me refazes a vida;” (Sl 138-7).





Rev. Antonio Bastos

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Existem limites na atuação de Deus na nossa vida? - III

Por tudo que falamos sobre o encontro de Jesus e a Cananéia (Mt 15,21-28), eu gostaria de comentar com você que diante das dificuldades, dos problemas, das tribulações e até das tragédias que acontecem na nossa vida, há pelo menos duas possibilidades: Ou você se revolta contra tudo e todos, inclusive contra Deus e entra em um espiral descendente, que vai lhe levar ao fundo do poço;

Ou você se aproxima mais desse Deus que te ama profundamente; ou você se aproxima mais desse Deus que está ao seu lado; ou você se aproxima mais desse Deus que está disposto a lhe conceder auxilio; ou você se aproxima mais desse Deus que lhe estende a mão e espera que você pegue. Então, veja o exemplo da Cananéia, ela não se revolta com as palavras duras de Jesus, muito pelo contrário, ela busca auxílio junto a Deus.

E, o que mais me chama a atenção nesse texto é que ele começa com a Cananéia clamando em alta voz atrás de Jesus, ela pede misericórdia, mas Jesus parece não dar bola para ela. Ela vai gritando por ajuda, mas Jesus não lhe dá a menor atenção. Não é assim também que acontece muitas vezes conosco em nossas orações?

Nós buscamos a Deus num momento muito difícil da vida, mas parece que Ele não nos ouve. É como se o Senhor precisasse usar mais o contonete.

Nessas horas se abate sobre nós um grande sentimento de abandono. E, nos sentimos sozinhos, achando que o próprio Deus também nos deixou. Mas quantas vezes isso é uma prova de fé para nós. Aqueles que desistem de pedir, desistem da oração, fatalmente vão deixar de receber. Mas aqueles que buscam ao Senhor com perseverança, sem desistir, acabam alcançando o Seu amor, a Sua Graça e misericórdia.

E, esse texto sempre me fez faz lembrar a parábola que Jesus contou sobre como devemos perseverar na oração. É a parábola da viúva persistente. Essa parábola nos fala de uma viúva que queria justiça contra um adversário e insistiu muito junto a um juiz iníquo, até que recebeu o que ela esperava. E, Jesus usou esta parábola, essa estória para nos falar da importância em insistir na oração.

Então viva o exemplo da Cananéia e não desista; seja persistente com o Senhor, não engrosse o cordão daqueles que dizem: “Eu já cansei de orar, mas Deus não responde!”. Não faça isso, não se canse de orar nunca! Insista, mesmo que demore dias, meses, anos. Insista no seu pedido a Deus; encha o “saco de Deus” com os seus pedidos; porque Ele tem grandes coisas para você. Lembre-se que Jesus pode nos ajudar a administrar os nossos fardos e cargas que hoje nos parecem demasiadamente pesadas. Essa certeza está em Mateus 11,28: “Vinde a mim, todos os que estai cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”.

Então, se você tem dificuldade em solucionar problemas? Lembre-se que Deus o ajudará. O único pré-requisito é pedir, porém, pedir com fé, não duvidando; pois, aquele que duvida é semelhante à onda do mar, que é sublevada e agitada pelo vento. A promessa que Deus vai resolver absolutamente todos os problemas de uma vez e imediatamente, é, no mínimo, insensata. Até porque Ele nos disse “No mundo tereis aflições”.

Assim, mesmo quando nos deparamos com grandes problemas, não devemos buscar soluções mágicas, pois Deus nos ensina que a nossa obrigação é lutar e seguir sempre em frente; devemos “seguir para águas profundas e lançar as nossas redes” (Lc 5), sem esperar que Ele faça tudo sozinho. Porém, não devemos ter um ceticismo exacerbado, a via média é buscar olhar as coisas que nos são apresentadas com muita atenção, crendo na bênção de Deus e na vida abundante que Ele nos concede; mas, sabendo que isso não se concretizará em num “clique”;

E, que cada um de nós deve fazer a sua parte para alcançar a tão sonhada felicidade, tendo sempre como lema de vida as palavras de II Cor 2,17: “Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus”. Ou seja, devemos, sempre, confiar nas promessas de Deus e nunca em nós mesmos, tendo a nítida, clara e incontestável certeza que todos os planos que Deus tem para nós são bons; tendo sempre em mente que “todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8,28).

Rev. Antonio Bastos

Existem limites na atuação de Deus na nossa vida? - II

Diante do que vimos ontem na parte do Evangelho de Mateus (Mt 15,21-28) que é à base das nossas conversas diárias, uma pessoa que me é muito cara questionou a afirmação sobre o porque dessa afirmação de Jesus: “Não está certo tirar o pão dos filhos, e jogá-lo aos cachorrinhos” (Mt 15,24).
Acredito que Jesus disse essas palavras por saber que a Cananéia não seria intimidada pela Sua resposta dura e, até um pouco mal-educada de Jesus. Ao invés disso, a Cananéia, com astúcia e coragem a resposta de Jesus dizendo: “Sim, Senhor, é verdade; mas também os cachorrinhos comem as migalhas que caem da mesa de seus donos” (Mt 15,27).

Porém, devemos ter a consciência que essa resposta engenhosa e desafiante abre possibilidades para sua filha e para Jesus, que pode colocar em prática o amor de Deus e demonstrar com ações e reações que Deus é para todos e que Ele, e somente Ele, pode solucionar o problema que aflige àquela mulher e sua família; e, é isso que o Senhor Jesus faz, respondendo positivamente e realizando o desejo daquela mulher.

Diante de tudo isso, você pode pensar: “Jesus disse para a Cananéia que não iria lhe ajudaria porque ela não era judia. Então teria Jesus sido preconceituoso?”. Antes de responder, apresar de já saber a resposta, devemos analisar tudo que aconteceu, e vamos poder constatar juntos que foi exatamente o contrário: O Senhor começou falando aquilo que os judeus queriam ouvir, para depois mostrar que aquela pessoa, uma mulher e Cananéia, tinha uma fé maior que a de muitos deles.

O impacto das palavras da Cananéia foi enorme. Mas esse impacto foi realçado porque aquela Cananéia era uma mulher relevante, uma mulher que fez a diferença, como é o normal das mulheres. Então convido você a tomarmos aquela Cananéia como exemplo e imitarmos as suas ações e reações para nos tornarmos uma pessoa relevante para Deus:

A pessoa relevante é aquela que não duvida de Deus mesmo que todas as possibilidades pareçam contrárias. Lembre-se que naquela época a mulher era um ser humano de segunda, para não dizer de terceira classe na visão da sociedade judaica. Se não fosse judia, então, menos atenção lhe seria dada. Mas aquela mulher não duvida do amor de Deus, mesmo que tudo estivesse contra ela.

Outro ponto é que a pessoa relevante procura ajuda no lugar certo e com a pessoa certa: Jesus Cristo! A Cananéia foi procurar em Jesus a direção que precisava, foi procurar em Jesus o apoio necessário para resolver o seu problema. A Cananéia demonstrou com ações e reações que devemos buscar em Jesus as respostas e o consolo para as nossas aflições.

É por isso que a história que ouvimos traz a tona uma grande lição, a lição que Jesus concedeu aos seus discípulos: Não podemos nos enclausurar dentro de nossos conceitos e preconceitos, sem perceber a realidade ao nosso redor; mesmo que pareça incoerente, mesmo que incomode, mesmo que seja preciso mudar as regras... Então tenha em mente que toda regra tem que ter uma exceção para ser validada como regra.

Então, hoje, nesta terça-feira, tenha a certeza que Deus espera que você se sinta impelido a um engajamento amplo, total e irrestrito na realização da Sua obra no mundo, que tem por objetivo maior: Transformar corações e restaurar vidas. Porém, não podemos buscar a Deus como uma solução mágica para a crise existencial que paira sobre a humanidade; ou, estamos busca-LO como um “gênio da lâmpada” que pode transformar a nossa caminhada num mar de rosas e/ou num viver sem problemas, perseguições ou momentos conturbados; ou seja, será que estamos buscando um ser sobrenatural que nos concederá todos os desejos, além de nos livrar da ansiedade e do stress moderno?

Sinto em dizer que Deus, por tudo que Ele fez, faz e fará na nossa vida, não pode ser reduzido a tanto. Ele nos diz que é fácil chorar ou sorrir quando der vontade; o que é realmente difícil é poder sorrir com vontade de chorar; e, que não resta a menor dúvida que a maior ansiedade do ser humano são as respostas para as nossas questões mais íntimas, porém uma delas complementa uma pergunta: O que Deus planeja para a nossa vida?

Pois, devemos agir como a Cananéia, e sabendo exatamente o que estamos procurando, vamos no mínimo, ter a certeza que o Seu plano para a nossa vida é algo maravilhoso e engrandecedor. Além disso, outra certeza é que esse plano pode não ser o que queremos, mas certamente é o melhor para a nossa vida.

Essa realidade me conduz a uma constatação: ao procurar Deus e reconhecer, plenamente, que Jesus tem um escopo muito maior do que um mero “solucionador de problemas” ou de um extintor de incêndio – que somente funciona nas horas de crise; vamos poder desfrutar, verdadeiramente, das Suas promessas e viver a certeza de que Ele fez uma escolha por cada um de nós, e que essa escolha é um sinal do Seu infinito Amor.

Assim, ao procurarmos Deus, devemos procurar de todas as formas, tê-LO sempre ao nosso lado, compartilhando com Ele não somente as nossas dores, mas principalmente as nossas vitórias, pois sem esse exercício, que gera intimidade, vamos nos sentir alijados da Sua convivência e isso acarretará, invariavelmente, o nosso distanciamento da única coisa realmente necessária para a nossa vida: O Seu infinito amor.

Assim, devemos utilizar o exemplo de vida da Cananéia para confirmar a nossa própria missão de transformadores do mundo, e confiando na intercessão de Deus para levarmos a pleno cumprimento desta missão, por Ele outorgada; além da certeza de que ao Seu lado vamos poder dizer: “achamos o Messias! – o que significa o Cristo” (Jo 1,41) e que “Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente” (Hb 13,8).



Rev. Antonio Bastos



segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Existem limites na atuação de Deus na nossa vida?

Ontem, segundo domingo de agosto foi um dia muito especial; mas, apesar de engrossar o cordão daqueles que não dão muita importância a essa data, porque ela foi criada para estimular a venda de presentes e tem um apelo nitidamente comercial; não posso como filho e principalmente como pai, renegar essa data a um segundo plano, até porque é necessário homenagear a todos nós que somos (ou ainda vamos ser) pais;

Por isso, quero como homenagem espacial aos pais presentes e ausentes quero tratar de um momento muito especial do Ministério de Jesus (apesar dessa afirmação ser até redundante!), onde o Filho de Deus encontra uma mulher Cananéia; e, esse encontro nos traz lições magistrais. Esse texto esta no capitulo 15 do Evangelho de Mateus (Mt 15,21-28).

Mateus ressalta a dificuldade que temos em ouvir um não; dificuldade que se torna ainda mais dolorida quando você tem absoluta certeza de que seu pedido é no mínimo justo. Porém, mais duro que ouvir um “não” é ser ignorada, e isto também aconteceu com a mulher Cananéia. E, porque estou falando isso? O texto de Mateus relata uma mulher Cananéia que ouviu um sonoro não; e o que é pior, foi um não carregado de bons argumentos.

E, diante dessa situação, sinto-me na obrigação de dizer que existem duas maneiras de reagir a um não: Você pode se resignar e aceitar a resposta negativa; ou você pode lutar por aquilo que você acredita, gritar e chamar a atenção para si. Essa última opção foi aquela usada pela Cananéia; a sua postura submissa , o seu jeito de se aproximar de Jesus, são somente partes de sua identidade; o seu pedido e a sua insistência desafiam a missão de Jesus, além de confrontar a ideologia dominante à época com a nova forma de ver e viver a fé que era trazida por Jesus. Aquela mulher simples exigiu que Jesus tornasse disponível para ela tudo aquilo que estava disponível para os filhos Israel.

Mas, diante desse desafio Jesus não responde com ajuda instantânea, mas sim com o Seu silêncio. Não é dado nenhum motivo, entretanto, os fatores étnicos, culturais, religiosos, econômicos e políticos daqueles dias sugerem várias razões para Jesus ignorá-la; tanto é que num segundo momento Jesus afirma: “Não é bom tirar o pão dos filhos e dá-los aos cachorrinhos” (Mt 15,26);

E, mesmo depois de ter recebido essa resposta negativa, sem se amedrontar, a mulher se ajoelha diante de Jesus e clama por socorro. Junto com a sua submissão ela pede novamente e continua audaciosamente, reclamando, em alto e bom som, o seu lugar nos propósitos de Deus. E o interessante é que a Cananéia não se ofendeu quando Jesus lhe chama de “cachorrinhos”; quantos achariam isso demais e teriam desistido; mas ela não desiste. Ela continua e se humilha aos pés do Senhor. Ela aceita ser tratada dessa forma.

Essa é uma lição para nós. Quantos se acham dignos de receber alguma coisa de Deus; acham que têm méritos próprios. Mas esse é um ledo engano. Nós, todos nós não merecemos nada do Senhor. O que Ele nos dá é por e com amor, pela sua graça e misericórdia. Foi assim que aconteceu com a Cananéia. Foi esse amor, graça e misericórdia que fez Jesus, admirado com a fé daquele mulher dizer: “Mulher, é grande a sua fé! Seja feito como você quer” (Mt 15,28).

Aqui se concentra a força desta história: A mulher Cananéia não é intimidada pela resposta de Jesus. Ao invés, ela, com astúcia e coragem reformula a resposta de Jesus e afirma: “Também os cachorrinhos comem das migalhas que caem das mesas dos seus donos” (Mt 15,27). Essa resposta dela se move além das barreiras da divisão étnica, cultural, religiosas, de gênero e política, para as possibilidades que permanecem firmes às promessas de Deus de abençoar todas as nações da terra.

E, esse episódio pode levar você a fazer o seguinte questionamento: Será que Deus sempre Se deixa achar por nós? Ou será que em alguns momentos Ele age como se fossemos a Cananéia? Pode não parecer, mas essas perguntas têm toda relação com uma proposta divina: “Vinde após Mim e farei de vós pescadores de homens” (Mc 1,17).

Até porque, eu não acredito que Jesus coloca limites na Sua atuação na nossa vida; na verdade, Ele nos deixa livres para que a decisão de segui-LO seja espontânea e venha do fundo do nosso coração, exatamente como aconteceu com a Cananéia. E, o Senhor faz isso, porque sabe que essa decisão implica em doação, comprometimento e um grande compromisso com Deus.

Vejo, por tudo que Deus fez, faz e certamente fará na nossa vida que estar disponível para que possamos buscá-LO é uma das qualidades inerentes de Deus; mas, essa busca tem que ser de dentro para fora; pois, é ela que nos irá fazer trazer pessoas para conhecer o estupendo amor de Deus. Foi isso que fez a Cananéia.

Então, faça como a Cananéia e deixe de se preocupar com a disponibilidade da agenda de Jesus; fique aos Seus pés; clame por Ele e você vai experimentar do nosso bom e terno Deus a Sua fidelidade, quando nos diz: “não fostes vós que me escolhestes, mas fui Eu que vos escolhi o vos designei para irdes e produzirdes fruto e para que o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo que pedirdes ao Pai em meu nome Ele vos dê” (Jo 15,16).
Rev. Antonio Bastos





domingo, 14 de agosto de 2011

A coragem para enfrentar a turbulência - III

Ontem estava em um engarrafamento e vi num carro o seguinte adesivo: “Refez minha história; Apagou meu passado; Tu és o Deus extraordinário”.

Esse adesivo me fez lembrar de uma frase do Rev. Nogueira, que não conheci, mas certamente foi iluminado pelo Espírito Santo de Deus ao responder, “quando alguém comentava que ‘Deus escreve certo por linhas tortas’, afirmava em alto e bom tom: ‘Não! Deus escreve sempre certinho, nós é que somos vesgos!’”

Então para evitar o estrabismo em relação às coisas de Deus, faz-se necessário observar essa parte do Evangelho de Mateus (Mt 14,22-33) que relata o perigo que os discípulos passaram, como um momento de chamado do Senhor; um chamado para uma vida nova, uma vida plena, uma vida pautada nos princípios de Deus.

Então, caso esse seja um momento da sua vida onde você esteja se sentindo sozinho e pensando que Jesus se afastou de você e lhe deixou a deriva; ou então, pode ser que você nunca tenha encontrado o nosso bom e terno Deus de frente; quero lhe dizer que hoje, certamente, é a oportunidade para dirimir essas situações;

Até porque, em qualquer uma dessas duas hipóteses, você tem que ter a certeza que o Senhor cria, dia após dia, oportunidades para estar bem junto de você; Ele procura meios e formas, até alguns subterfúgios para se aproximar da sua vida como um pai amoroso. Ele é Àquele que caminha sobre as águas e que vai lhe conceder a dádiva definitiva de caminhar com Deus. Àquele que caminha sobre as águas quer ir ao seu encontro; então, sinta-se protegido por Deus, porque você é precioso para Ele; Deus lhe trata como a “menina de Seus olhos”; e, não importa neste momento quão grande seja a tempestade, e muito menos, quão grande estejam às ondas do mar! O nosso Deus é maior do que tudo isso.

Mas, se até hoje você tem se lançado ao mar sem Jesus; tem tomado suas próprias decisões sem orientação do Senhor; se você tem se atirado no mundo sem saber exatamente qual a direção a tomar; olhe para Àquele que vem sobre as águas e que vai lhe estendendo a Sua mão, para lhe conduzir por caminhos novos. Creia nisso; não chame Deus de pai, isso não é suficiente, chame Ele de paizinho; ou para os nordestinos como eu, chame Deus de “painho”; coloque na sua relação com Deus a intimidade de um filho que nos momentos de alegria e de dor pode descansar a cabeça no ombro do seu Pai amado; e, agindo assim, Deus, através do Seu infinito amor vai abrir para você um céu de brigadeiro!

E, Ele faz tudo isso porque Seu grande objetivo é viver no seu coração; o Seu grande objetivo é que você possa olhar para Ele como um pai amoroso e reconhecer N’Ele o seu refugio e fortaleza, socorro bem presente na hora da angustia; Porque, quando Ele diz uma palavra, a sua história muda... Ele fala, e o curso de sua vida muda... Deus estende a Sua mão sobre você, e abre um céu de brigadeiro sobre sua vida.

Assim, independente dos nossos problemas, Deus vem nos mostrando, no passar dos tempos, que devemos pedir; mas não podemos nos esquecer de agradecer por tudo o que Ele já fez e vai fazer na nossa vida, independentemente do tamanho dos nossos problemas atuais.

Tenha a certeza de que Deus sempre responde ao nosso pedido, não existe nenhuma suplica sem resposta. Porém, Deus nos concede apenas três respostas para os nossos pedidos: Sim; não ou espere. Em alguns momentos nós queremos fazer que Deus responda exatamente o que e quando queremos ouvir; relegando a resposta que não nos interessa.

Pois, não existe nada de mágico na nossa relação com Deus, nem tampouco temos como negociar com Ele, por isso, que ao orar, não devemos nos que inquietar em manifestar os nossos desejos ou as nossas necessidades a Deus que tudo conhece; tendo a convicção de que “todos os meus desejos estão diante de ti” (Sl 37,10).

E, é por conta desse Salmo que não podemos esquecer que todo o Ministério de Jesus utiliza a prática e os resultados concretos desta prática, que estimula todos nós a crescerem juntos, na busca do conhecimento, da reflexão e da ação que leva a transformações. Afinal, foi Ele mesmo que disse: “Aprendei de mim.” (Mt 11,29) e “Sede vós perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celeste.” (Mt 5,48);

Até porque, Deus nos mostra que para ouvir a Sua os nossos corações devem estar abertos àquilo que o Senhor quer nos comunicar; ou seja, temos que estar dispostos a transformar o mundo em um lugar melhor para se viver, pois “Ele era cheio de graça e de verdade” (Jo 1,14).

Por tudo isso, eu espero que possamos juntos dizer não só no dia dos pais, mas muitas vezes durante o ano:
Paizinho do céu, “painho” querido, muito obrigado pela dádiva de ser Teu filho; muito obrigado pela certeza de que Tu nos concederá cada novo dia, mais sabedoria, discernimento, amor, e todas as demais características do nosso irmão mais velho Jesus Cristo; e você faz isso como um Pai perfeito que fores, és e sempre serás para que todos nós; pois essa certeza nos fará apregoar que “se ando em meio à tribulação tu me refazes a vida;” (Sl 138-7).


                                                                                                       Rev.Antonio Bastos








quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A grandeza do nosso Deus no mundo

Ontem constatamos juntos (veja como estou pretensioso!) que o Evangelho de Mateus (Mt 14,22-33) traz a tona uma certeza: Devemos seguir as determinações de Jesus, mesmo que elas nos levam ao “olho” da tempestade; porque Deus, através do Seu Espírito Santo, no momento certo estará com a Sua mão estendida para nós.

Mas, para que isso aconteça, nunca devemos tirar os nossos olhos de Jesus. Veja o exemplo de Pedro, quando sentiu o vento, ficou com medo, deixou de olhar para o Senhor e começou a afundar. Imediatamente Jesus estendeu a mão e o segurou. E disse: “Homem fraco na fé, por que você duvidou?”. A grande lição que essa passagem nos ensina é que muitas vezes nós tiramos os olhos de Deus quando tudo vai bem.

Pedro estava vivendo uma experiência magnífica, jamais experimentada por ninguém. Pedro teve a chance de romper as leis da física e caminhar sobre as águas; mas, durante esse momento espetacular Pedro tira os olhos de Jesus e começa a afundar. Muitas tiramos os olhos do Mestre, perdemos o foco e passamos a olhar somente para a tempestade e esquecemos que o sol vai brilhar logo em breve; é por isso que afundamos.

Note que de todos os apóstolos, Pedro foi sempre o mais impetuoso e agitado; e, imagino que foi exatamente por isso que Pedro foi aquele que mais Jesus experimentou. Mesmo assim, Pedro teve as suas contradições, uma hora ele está em cima outra em baixo.

E, quando Jesus pergunta o que dizem os homens quem Ele era, os discípulos começam a dar as opiniões da população; mas, Pedro salta e diz “Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo” (Mt 16,16) ao que Jesus responde dizendo “Bem aventurado és tu Simão filho de Jonas, porque não foi carne nem sangue que te revelou mais o meu pai que está nos céus” (Mt 16,17).

E, Pedro pensa, “Tô bem na fita”, porque ser elogiado por Deus não é coisa para todo mundo; mas, naquela mesma tarde quando Pedro se intromete na Palavra do Senhor e ouve o oposto quando Jesus diz a ele “Fique longe de mim, Satanás! Você é uma pedra de tropeço para mim, porque não pensa as coisas de Deus, mas as coisas dos homens!” (Mt 16,23);

E, Pedro reflete: “De manhã eu fui bem aventurado, agora Ele me chama de satanás, quem eu sou?”. Esse era Pedro. Mas não parou por ai, Pedro chegou até a negar que conhecia Jesus por três vezes; mas Jesus o restaurou e quando Pedro, na praia do mesmo Mar da Galileia, afirmou que amava o Senhor por três vezes, Jesus deixa Pedro como o responsável para continuar a sua Igreja, dizendo: “Tu és Pedro e sobre essa pedra erguerei a minha Igreja. Tudo o que ligares na terra, será ligado no céu. Tudo o desligares na terra, será desligado no céu. E, as forças do mal nunca prevalecerão contra Ela” (Mt 16,17-18).

E, Pedro, cumprindo a missão que Jesus lhe deixou, acabou sendo preso e, ao lhe dizerem que ele iria morrer crucificado como Jesus, ele disse: “Não eu não mereço morrer como o meu Senhor”; e pediu que o crucificassem de cabeça para baixo. E, assim foi feito.

Pedro é o exemplo que a nossa confiança em Jesus deve ser ilimitada; então, meus queridos tenham a certeza absoluta de que Jesus te localiza onde você estiver; Jesus tem conhecimento de toda a sua vida, de todos os seus passos, de todas as suas necessidades. Jesus é O Deus poderoso que caminha sobre as águas, e anda no meio da tempestade, e quer te livrar de todos os males.

Então saiba que as tribulações, as tempestades que você passa na vida, não tem outra finalidade a não ser mostrar toda a glória de Deus. Vou afirmar algo que talvez você não saiba: É através das tribulações que você cresce; é através das tribulações que você se torna uma pessoa mais madura. E isso demonstra que o único meio de amadurecermos a nossa fé, é só mesmo quando passamos por momentos difíceis, duros, que chacoalham a nossa vida, parecendo nos querer engolir ou derrubar. Então use as tempestades da vida para testemunhar a grandeza do teu Deus ao mundo.

E, isso demonstra que os problemas são inevitáveis e, que são também uma forma de nos ajudar a crescer espiritualmente; ou seja, Deus está mostrando a cada um de nós que independente do tamanho dos nossos problemas, angústias ou decepções, devemos, sempre, ver neles o potencial necessário para que, com muito trabalho, possamos transformá-los em, primeiramente, uma carga mais leve e, logo em seguida, no combustível necessário para seguirmos a diante e chegarmos mais longe.

Lembre-se que Jesus pode nos ajudar a administrar os nossos fardos e cargas que hoje nos parecem demasiadamente pesadas. Está em Mateus 11,28 “Vinde a mim, todos os que estai cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”. Então, se você tem dificuldade em solucionar problemas? Lembre-se que Deus o ajudará. O único pré-requisito é pedir, porém, pedir com fé, não duvidando; pois, aquele que duvida é semelhante à onda do mar, que é sublevada e agitada pelo vento. Ou seja, devemos, sempre, confiar nas promessas de Deus e nunca em nós mesmos, tendo a nítida, clara e incontestável certeza que todos os planos que Deus tem para nós são bons; tendo sempre em mente que “todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8,28).


                                                                                                  Rev. Antonio Bastos








quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A coragem para enfrentar a turbulência - II

Nesta quarta-feira, quero lhe dizer que Deus vai surpreender você! Você pode até se assustar com essa afirmação, mas ela pode ser comprovada no texto do Evangelho de Mateus (Mt 14,22-33) que relata a pequena odisséia dos discípulos na travessia do Mar da Galileia;

Na verdade, a minha certeza de que Deus vai surpreender você, demonstra, nas suas entrelinhas, que obedecer à voz de Deus não nos isenta de problemas, nem tampouco dos revezes que a vida nos prepara. Mas não fique triste, até porque, se a turbulência é algo que Deus planejou para você, saiba que você tem uma garantia: A garantia da vitória!

Por isso tenha coragem durante as tribulações da vida, tenha coragem ao se deparar com o céu escuro, pois quando o Senhor te enviar para o meio da tempestade, ele virá te socorrer na hora certa; então tranqüilize o seu coração, obedeça a Deus e você virá à vitória chegando lá no horizonte.

Até porque, que mesmo durante as turbulências, Deus realiza maravilhas na sua vida; isso fica muito claro quando Pedro disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água”. Jesus respondeu: “Venha”. Pedro desceu da barca, e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus” (Mt 14,28, 29). Esse pequeno dialogo, demonstra que é durante as tribulações que Deus vai se manifestar de forma extraordinária na vida daqueles que O adoram em espírito e em verdade.

E, isso fica muito claro, ao fazer uma pequena retrospectiva e constatar que nos momentos de tranqüilidade e calmaria, aonde tudo vai bem, nós temos a tendência, quase que natural, de não estarmos abertos às maravilhas de Deus;

Mas, é exatamente durante as tempestades que teimam em acontecer na nossa vida, que nos tornamos mais susceptíveis, mais dependentes de Deus e do Seu conforto. Então, digo a você hoje: Deus vai surpreender você! É por isso que a minha sugestão é que você não se feche aos milagres de Deus; mas, não é só isso, creia N’Ele como seu Senhor e Salvador, obedeça a Sua palavra, busque o Senhor de todo o seu coração; e, certamente, Ele fará maravilhas na sua vida.

Deus vai surpreender você! Deus vai operar coisas tão grandes que você nem pode imaginar. E, se Ele não abrir o mar para você passar, certamente Ele vai fazer você andar sobre as águas, exatamente como fez com Pedro. E, isso demonstra que Deus, pelo Seu amor incondicional vai surpreender você!

Por isso, digo sem medo de errar, que na história da humanidade não existe acontecimento maior e mais radiante do que a vinda ao mundo do Cristo Jesus, o Filho de Deus. E, sem temer ser repetitivo, isto aconteceu porque “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito, o Senhor Jesus Cristo, para que todo aquele que nEle crê, não se perca, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16);

Porém, para tomar posse deste amor, é necessário uma ação nossa; até porque Deus não nos coage a estarmos ao Seu lado; todos nós somos nominalmente convidados a essa magnífica convivência. Ele faz isso porque é um cavalheiro e nunca irá nos forçar a nada; a decisão de segui-LO tem que brotar do nosso coração. Na verdade, o texto de Mateus demonstra o que devemos fazer na nossa vida como cristãos: Seguir as determinações de Jesus, mesmo que elas nos levam ao “olho” da tempestade;

Deus, através do Seu Espírito Santo, no momento certo estará com a Sua mão estendida para nós. Mas, para isso é necessário investir na reorganização do nosso mundo interior, levando em conta a Sua proposta; conhecendo e, tentando por em prática os parâmetros de Jesus para uma vida nova;

Para isso, é cogente responder um sonoro e seguro “sim” ao Seu chamado de amor e constatar que não devemos buscar soluções mágicas; devemos sim buscar em Deus as lições de como lutar incessantemente, procurando ir sempre em frente. Ou seja; mesmo durante as tempestades é necessário “seguir para águas profundas e lançar as nossas redes” (Lc 5,4).

O que não pode acontecer é fomentarmos um ceticismo exacerbado diante das adversidades da vida; o que devemos fazer quando elas teimarem em aparecer, é buscar a via média, que decorre, essencialmente, em procurar olhar as coisas que nos são apresentadas com muita atenção, crendo na bênção de Deus e na vida abundante que Ele nos concede; mas, sabendo que elas não se concretizarão em um “clique”.

Por isso, é imprescindível que cada um de nós possa fazer a sua parte para alcançar a tão sonhada felicidade e deixar Deus nos surpreender, “porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus” (II Co 2,17).


                                                                                         Rev. Antonio Bastos








A coragem para enfrentar a turbulência


Observando a dificuldade que os discípulos de Jesus tiveram durante uma tempestade no mar da Galileia e que foi e relatada por Mateus (Mt 14,22-33) e a reação de Jesus, podemos constatar que com Deus aprenderemos a enfrentar os problemas de frente; e o que é melhor, aprendemos a superá-los.

Além disso, em Deus somos aperfeiçoados para adquirir, cada vez mais, as características de Jesus; isto é, em Deus ficamos sensíveis para enfrentar as situações adversas, com um espírito aberto, focando a nossa força Naquele que nos concede a direção exata em meio das tribulações.

E, isso demonstra que Deus espera que você deseje ardentemente a Sua presença na sua vida. Até porque, você tem no seu coração a semente da Palavra do Senhor; e, graças a Deus por isso! Mas, isto só não basta; é necessário ter a Sua presença viva e pujante para que a essa Palavra germine, para que essa palavra lhe conceda direção, iluminação, amadurecimento e, principalmente, para que essa palavra lhe conceda a vitória.

É por isso que hoje, quero que você constate que a experiência, relatada por Mateus, demonstra que os discípulos tiveram durante a tempestade e o acolhimento de pai que Jesus concedeu àquele grupo. Jesus pegou na mão e acalmou tudo. Primeiro, quando a tempestade acontecer na sua vida, você deve identificar de onde vem a turbulência. O que quero dizer aqui, é que muitas vezes eu e você somos culpados pelos problemas que enfrentamos. Muitos de nossos problemas são conseqüências das nossas ações ou reações.

Mas, há vezes em que fazemos tudo certo, em que obedecemos fielmente à voz de Deus e ainda assim passamos por tempestades na vida. Vou explicar: Jesus mandou os discípulos conscientemente para o meio da tempestade. E, como já afirmei aqui Jesus não fazia nada por acaso, tenho certeza que Ele sabia exatamente as dificuldades que seus discípulos iam enfrentar e isso estava nos planos D’Ele.

Muitas vezes as turbulências que enfrentamos, são turbulências enviadas por Deus e ele sabe exatamente o que você irá, ou o que está passando. Nada do que acontece em nossas vidas pode fugir do controle de Deus.

E, diante dessa minha afirmação você pode perguntar: Será que Deus é sádico? Ele gosta de nos ver sofrer? Será que Deus age como um operador de marionetes nos levando de encontro do sofrimento? A minha resposta é bem direta: Não, não; e, definitivamente não. Devemos comparar Deus como um pai amoroso, que deve também ser homenageado no próximo domingo; Deus é um pai que mesmo não querendo que o filho sofra, o deixa seguir o seu caminho; deixa que o filho abuse do livre arbítrio, mesmo sabendo que o filho vai levar “uma trombada” da vida para saber o seu real valor.

Então não há como negar que os discípulos deveriam saber que se Jesus ordenou que eles entrassem no barco seguissem viagem, independente do tamanho da tempestade, Ele jamais iria abandoná-los. Da mesma forma você deve saber que Jesus jamais te abandona. Então, digo sem medo de errar que não interessa o tamanho da turbulência que você está enfrentado, Jesus sabe perfeitamente o que fazer para o vento cessar; Jesus acalma o mar. Então tenha uma certeza: Muitas vezes, Jesus nos manda direto para a tempestade, porém Ele não nos deixa só.

Então tenha coragem para enfrentar a turbulência, vivendo plenamente à frase do Senhor “Coragem! Sou eu. Não tenham medo!” (Mt 14,27). Até porque, a tua tribulação não será eterna, na hora certa Jesus irá ao teu encontro! As palavras relatadas por Mateus mostram claramente que Jesus deixou os discípulos somente durante o tempo necessário. Jesus apareceu na hora certa para prover o livramento. É por isso que eu quero te dizer que o Senhor pode e vai acalmar o mar da sua vida. Jesus não se atrasa, ele chega na hora certa! Meus queridos, Deus nunca falha. Ele nunca chega atrasado! Nós é que somos muito apressados.

E, para isso basta bater no peito e dizer: “Combati o bom combate, terminei a corrida, permaneci fiel. A partir de agora, já me aguarda a merecida coroa, que me entregará, naquele dia, o Senhor, justo juiz, e não somente a mim, mas a todos os que anseiam pela sua vinda” (I Tm 4, 7-8).



Rev. Antonio Bastos







Entender a abrangência da mensagem de Deus

Vamos analisar uma maravilhosa experiência que os discípulos de Jesus tiveram durante uma tempestade no mar da Galileia e que foi e relatada por Mateus (Mt 14,22-33). E, para começar bem nossa análise, vou repetir uma frase do Senhor Jesus: “Coragem! Sou eu. Não tenham medo!” (Mt 14,27).

Essa frase do Senhor Jesus foi dita em um momento onde os discípulos estavam diante do inesperado. Mas, hoje essa frase tem um destinatário especial: Você! Essa frase é suficiente para encerrarmos a nossa conversa da semana, porque ela diz tudo. Mas, não se preocupe que eu não vou fazer isso; até porque, essa frase do Senhor deve nos levar a refletir sobre uma pergunta que já ouvi algumas vezes: “Por que eu tenho problemas, mesmo estando em Cristo?”; e, completam: “Eu achei que Ele me livraria de todos os males! Afinal, eu busquei a Deus e uma igreja para melhorar a minha vida e não para piorá-la!”.

E, todas as vezes que me deparo com esses questionamentos, tenho a certeza que pensar assim é ter uma idéia muito simplista sobre o poder de Deus e o que esse poder pode fazer na sua vida. Mas, antes de passarmos a uma análise mais profunda dessa questão, é preciso ressaltar que a frase “Coragem! Sou eu. Não tenham medo!” (Mt 14,27) completa toda dinâmica da multiplicação dos pães e dos peixes; é por isso que Mateus nos apresenta a narrativa da travessia do mar da Galileia recheada de cenas supranaturais e com um conteúdo nitidamente simbólico. E, isso não acontece por acaso;

Até porque, depois da partilha dos pães e peixes que foram multiplicados por Jesus, o Senhor toma três ações distintas: Primeiro Ele manda os discípulos de barco para atravessar o Mar da Galileia e ir até Betsaida; depois despede a multidão; e, por fim, sobe a montanha para orar. Desses três momentos, escolho o primeiro para a nossa conversa: Os discípulos no barco, no meio do mar da Galileia, encontraram dificuldades devido ao vento contrário.

O “mar”, no texto de Mateus, representa o caos ameaçador que deve ser enfrentado por cada um de nós. É por essa razão que Jesus, andando sobre esse mesmo mar, chega até eles e se afirma como Aquele que partilha os pães e indica o caminho da superação do caos.

Porém, mesmo o Senhor sendo tão claro, os discípulos não conseguem entender a abrangência da Sua mensagem; e relevam toda a simbologia apresentada por Jesus.

É por isso, que hoje quero falar com você, especificamente com você, sobre as lutas que temos na nossa vida; lutas que sempre envolvem terceiros com temperamentos e personalidade diferentes dos nossos; aquilo que já falei, nós temos um tendência a achar que “o culpado de grande partes das coisas que nos acontece é sempre o outro”; mas, não é assim, então deixe de olhar para o outro, deixe de reclamar e constate que grande parte dos seus problemas podem ser resolvidos, ou quiçá, amenizados através de uma harmonia profunda com Jesus.

E, isso não é uma invenção da minha cabeça; até porque, para aquele que está em Jesus, os problemas ocasionais servem para mantê-lo em Cristo, depender D’Ele e permitir que Ele possa tranqüilizar o seu coração. Uma coisa é enfrentar a vida sozinho e sem qualquer parâmetro; outra coisa é enfrentar a vida com Deus no nosso lado.

E, por isso que devemos reconhecer a importância de Deus, buscando tomar para si à promessa de Deus que por mais de 20 séculos faz a todos nós: Que vamos receber do Seu Santo Espírito todas as condições necessárias para seguir em frente e nos transformarmos em embaixadores de Jesus, visando concretizar o Seu plano maior: À transformação do mundo.


Na verdade, o que Deus promete a mim e a você, é que além dos obstáculos, tribulações e decepções, vamos ter uma vida também recheada de soluções para que possamos alcançar a tão sonhada felicidade, sem nada temer, pelo simples e relevante fato de que “eu sei em quem eu tenho crido” (II Tm 1,12); então se você sabe em quem tem crido receba do Senhor uma dose extra de confiança, quando Ele nos diz “Coragem! Sou eu. Não tenham medo!”.


Rev. Antonio Bastos




terça-feira, 9 de agosto de 2011

O que Deus fez, faz e fará na nossa vida

Hoje vamos falar de um encontro; mas não é um encontro qualquer, é o encontro relatado por Mateus (Mt 3, 13 a 17) que descreve o batismo de Jesus por João Batista no rio Jordão. Mas, antes de falarmos desse encontro singular, faz-se necessário ter em mente que João Batista foi àquele que anunciava aos quatro cantos a proximidade do “juízo de Deus”;

E porque isso é importante? Porque, a mensagem de João Batista estava centrada na urgência da conversão; até porque, na opinião de João Batista, a intervenção definitiva de Deus na história para destruir o mal estava iminente; por isso ele incluía um rito de purificação pela água, que era um rito muito freqüente, aliás, entre alguns grupos judeus daqueles dias.

Ou seja, na perspectiva de João Batista, as pessoas deviam se arrepender e buscar um novo caminho; e foi para chamar às pessoas a esse arrependimento que João batizava na água. Até porque, na perspectiva de João, recusar a conversão significava ser destruído pela cólera de Deus, como a palha queimada pelo fogo.

O que é que Jesus tem a ver com isto? Qual o sentido leva o Filho de Deus a se apresentar a João Batista para receber o “batismo” de purificação, de arrependimento e de perdão dos pecados? A resposta fica muita clara, quando constatamos que para Mateus, o batismo é um momento privilegiado da manifestação de Jesus a humanidade: Antes de começar a sua atividade, Jesus Se define como humano e Se apresenta verdadeiramente às pessoas… E, para entendermos bem isso, podemos dividir o relatado de Mateus (Mt 3, 13 a 17) em duas partes: O diálogo entre João e Jesus (vers. 14-15) e a manifestação de Jesus como Filho de Deus (vers. 16-17).

O diálogo entre João e Jesus (vers. 14-15) explica porque é que Jesus vem ao encontro de João Batista para ser batizado… Pela resposta de Jesus, fica claro que o Seu batismo é um passo necessário, é uma condição essencial para que se cumpra o desígnio salvador de Deus (“convém que assim cumpramos toda a justiça”)… Na verdade, o cumprimento da “justiça” equivale, no contexto da teologia mateana, ao cumprimento da vontade de Deus (Mt 5,6.10.20;6,1.33;21,32).

Na verdade, Jesus Se apresenta, assim, como o “Filho”, que cumpre rigorosa e absolutamente a vontade do Pai (na cultura semita, a obediência era aquilo que definia a relação entre um filho e um pai… “Cumprir a justiça” em relação ao Pai era para um filho lhe obedecer incondicionalmente).

Por isso que, ao observarmos mais atentamente o exemplo de João Batista, podemos constatar o tamanho da nossa responsabilidade em demonstrar através das palavras e principalmente das nossas ações, que viver com Jesus Cristo significa, indubitavelmente, ter vida plena. E, que para colocar isso em prática devemos definir qual a nossa prioridade.

E, observando isso, lembro das palavras de William Shakespeare que disse: “O tempo é muito lento para os que esperam; é muito rápido para os que têm medo; é muito longo para os que lamentam; é muito curto para os que festejam. Mas, para os que amam, o tempo é eternidade...”

Com isso Deus nos diz, textualmente, que devemos descer do muro e tomar uma posição clara sobre a inabalável certeza de que “Jesus Cristo é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente” (Hb 13,8). Ou seja, Deus nos pede, através do exemplo do batismo de Jesus, que juntos possamos valorizar tudo aquilo que Ele já fez, faz e, certamente fará na nossa vida.

Mas isso só não basta é preciso bater no peito e dizer: “Combati o bom combate, terminei a corrida, permaneci fiel. A partir de agora, já me aguarda a merecida coroa, que me entregará, naquele dia, o Senhor, justo juiz, e não somente a mim, mas a todos os que anseiam pela sua vinda” (I Tm 4, 7-8).

Rev. Antonio Bastos





Investir em um relacionamento com Deus


Hoje quero ressaltar a importância de viver na presença de Deus; e, isso faz uma enorme diferença. E, porque estou falando isso? A resposta é muito simples: O comportamento de José e Maria que foi descrito por Mateus (Mt 2,13 a 15 e 19 a 23) demonstra que mesmo se não houvesse nenhuma vantagem em nos aconchegarmos a Deus, nem tampouco nenhuma promessa divina de proteção, de perdão, de felicidade permanente, entre outras, ainda assim haveria benefícios na manutenção de um relacionamento intimo e pessoal com Deus.

Por isso e por muito mais, devemos buscar ser um exemplo vivo daquilo que Mateus afirma, nessa parte do Evangelho: Que um relacionamento com Deus é algo tão maravilhoso e de qualidade superior que concede a força necessária para vencer todos os males, desde que possamos observar os caminhos que Senhor nos apresenta. E, por incrível que possa parecer, esta verdade pode acontecer perfeitamente na sua família (se é que já não acontece!).

E, se você duvida dessa minha afirmação, vou apresentar apenas dois destes benefícios: Benefícios para a própria família - Estar ao lado de Deus envolve, invariavelmente, em uma transformação; uma transformação na forma de agir, de ver e viver a vida; uma transformação de ações e, principalmente, de reações. Porém, para que possamos formalizar essas transformações, faz-se necessário buscá-LO e ouvir Ele nos dizer, em alto e bom som: “vem! E quem ouve diga: Venha! E quem tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da vida” (Ap 22,17); e,

Benefício para a vida pessoal - Não precisamos ir muito longe, basta olhar para o lado e vamos constatar, através de observações de fatos reais, que quando estamos ao lado de Deus mudam as companhias e conseqüentemente as influências; mudam os locais indesejáveis e de situações embaraçosas. Damos mais valor a saúde, amizade e a própria família. Além disso, há uma busca pela integridade, alegria de viver, disposição para o trabalho, harmonia no lar e equilíbrio nos relacionamentos. É com Deus que encontramos paz e a serenidade, ainda que em meio a situações adversas, dos problemas ou decepções.

Ou seja, estar com Deus nos inunda de uma esperança que nunca desvanece e nos conduzem a ações e atitudes que enobrecem a humanidade, uma irmandade que forma uma grande família, comunhão, fé, oração, o desejo pelo bem do próximo. Tudo isto já seriam motivos mais que suficientes para se investir pesadamente em um relacionamento íntimo e pessoal com Deus. Assim, como fizeram José e Maria.

E, tudo isso acontece, porque essa transformação é o objetivo maior de Deus para a nossa vida, mesmo sendo ela recheada de falhas e incredulidade; pois, “os sãos não necessitam de médico, mas sim, os doentes;” (Mt 9,12).

Assim, tenha a certeza que Deus quer nos proteger a nossa família, exatamente como fez com a família de José; e, essa vontade de Deus acontece porque Ele tem um plano para mim e para você exatamente como tinha para Jesus; um plano revolucionário, um plano lastreado no tamanho do Seu poder que pode transformar corações e restaurar vidas.

Na verdade, exatamente como ontem, é imperioso repetir a parte do Evangelho de Mateus que delineia a grande certeza da humanidade: Que Jesus é a única estrada que poderá nos reconduz à aliança definitiva que foi por Deus proposta quando disse: “Eu serei o vosso Deus e vós sereis o meu povo” (Ex 6,7).











quinta-feira, 5 de maio de 2011

A ação do Messias a ser enviado de Deus

 
Quero trazer para a nossa conversa de hoje um comentário que recebi de uma pessoa que me é muito cara: “Realmente se Deus não está em nossa vida ela se transforma num “forrobodó”. Sua dança é “forró” (for all – para todos). É melhor a gente deixar que Ele nos conduza em Sua dança que deixar a vida nos dar um “baile”.


Esse comentário nos leva a entender o escopo das palavras do Senhor Jesus relatadas por Mateus (Mt 11,2-11), base das nossas conversas dessa semana; palavras que são melhor absorvidas quando divididas em duas partes: Na primeira, Jesus responde à pergunta de João Batista afirmando que é o Messias, o Enviado de Deus; e, na segunda, temos a apreciação que o próprio Jesus faz da figura e da ação profética de João Batista (vers. 2 a 6);
Mas, será que podemos constatar que Jesus realmente tinha a consciência que era o Messias? A resposta é obviamente positiva; e isso fica muito claro quando constatamos que Jesus fundamenta a Sua resposta recorrendo ao conjunto de citações de Isaías que definem, na perspectiva dos profetas, a ação do Messias a ser enviado de Deus, vamos a elas: O Messias daria vida aos mortos (Is 26,19), curaria os surdos (Is 29,18), faria os cegos verem, daria liberdade de movimentos aos coxos (Is 35,5-6); e, o mais importante, anunciaria, em alto e bom som, a Boa Nova de Deus ao mundo (Is 61,1). Ufa!

Ora, observando tudo isso e fazendo uma retrospectiva do Ministério de Jesus, não resta dúvida (pelo menos para mim) que Jesus realizou estas obras (Mt 8 e 9). E, Ele fez tudo isso porque é (assim mesmo no presente) o Messias, Àquele que foi enviado para libertar a humanidade e para concretizar o “Reino de Deus” na nossa vida; para através do Seu Ministério fazer a diferença, tendo em vista que Suas palavras, ações e reações têm o condão de mudar a nossa forma de ver e viver no mundo.

Na verdade, a mensagem do Senhor e a forma que Ele agiu e reagiu contêm nada mais nada menos, do que a proposta libertadora que Deus faz a humanidade hoje século XXI; por essa razão, Mateus apresenta Jesus afirmando, não com palavras, mas com ações que é O envidado de Deus. E, esse complexo demonstra que Jesus veio ao mundo não para condenar, mas para salvar a humanidade.

Isso demonstra pelo menos para mim, que diante da oferta de salvação feita por Deus através do Ministério de Jesus, cada a cada um de nós fazer a nossa escolha e assumir a responsabilidade por ela. Até porque, quando o ser humano aceita a proposta de Jesus e adere as Suas premissas, escolhe a vida definitiva; mas, quando prefere continuar cativo de esquemas de egoísmo e de auto-suficiência, rejeita a proposta de Deus e se auto-exclui deste maravilhoso projeto que tem como objetivo maior resgatar vidas e restaurar corações; ou seja, a tão falada salvação.

Mateus demonstra que a salvação ou a condenação não são, nesta perspectiva, uma prenda ou um castigo que Deus concede ao ser humano pelo seu bom ou mau comportamento; elas são o resultado do livre arbítrio e a conseqüente escolha, face à oferta diária e incondicional feita por Deus. A responsabilidade pela vida definitiva ou pela morte eterna não recai, assim, sobre Deus, mas sobre o ser humano. E, quando falamos em morte não estou falando necessariamente em morte física.

Assim, cabe a nos escolher e assumir a responsabilidade pela nossa escolha; mesmo inseridos numa sociedade onde cada vez mais estamos (e quando digo estamos falo de todos nós) fomentando a concorrência e a superação do próximo, Deus está nos propondo agora uma troca de paradigmas, que será imprescindível ao nosso equilíbrio.

E, para nos incentivar a realizar essa troca Ele esta nos dizendo: Meu filho amado “confia no SENHOR e faze o bem; habitarás na terra e, verdadeiramente, serás alimentado. Deleita-te também no SENHOR, e ele te concederá o que deseja o teu coração. Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele tudo fará” (Sl 37,1 a 5).

domingo, 24 de abril de 2011

FELIZ PÁSCOA, CRISTO RESSUSCITOU, ALELUIA!!!!

O termo “páscoa” deriva da palavra hebraica “pesah”, que significa passar por cima, pular além da marca ou passar sobre. Quando Deus ordenou ao anjo destruidor que eliminasse todo primogênito na terra do Egito, a casa que tivesse o sinal do sangue do cordeiro não seria visitada pela morte (Êxodo 12,1-36).


Porém, hoje eu quero convidar você a festejar a o cumprimento da Promessa de Deus! É exatamente assim que convido você a entender Páscoa. Porque a Páscoa é a grande revelação do amor de Deus pela humanidade; e, principalmente, por cada um de nós individualmente. Até porque, o maior motivo de comemoração para os cristãos é que na Páscoa foi o dia em que nossos pecados foram perdoados; na Páscoa foi o dia em que o homem foi comprado por um preço muito alto e esse preço foi a vida do próprio filho de Deus, Jesus Cristo, que morreu para que todos nós pudessem ter vida eterna através D’Ele.

Jesus morreu, não resta dúvida. Mas, Jesus também ressuscitou; e, esse é o nosso maior motivo de orgulho, é isso que comemoramos na Páscoa. Jesus nos trouxe a paz. Porém, devemos pensar que Jesus não morreu para fazer Deus nos amar. Na verdade, Jesus não comprou o amor de Deus pelos pecadores. Foi exatamente o contrário: O amor Deus fez Jesus morrer por nós. Jesus foi, é e sempre será o canal pelo qual o amor de Deus nos alcançou.

A morte de Jesus foi o ato voluntário da vontade de Deus, pois a Sua obediência até a morte não foi uma obediência forçada, mas sim uma obediência voluntária e amorosa, mas devemos ter consciência que Jesus não morreu por acaso. É por isso que o nosso dever maior, por pior que pareça a situação, é focar sempre no domingo, lutando contra o pessimismo da sexta-feira.

Por isso, hoje sábado, devemos nos alegrar nesta certeza; pois, a alegria é o real significado da palavra Páscoa, passar por cima, pular além da marca ou passar sobre tudo aquilo que nos separava de Deus. E, para que possamos concretizar tudo isso na sua vida basta ter o coração e mente bem abertos a tudo aquilo que Deus planeja para a nossa vida.

Então só me resta desejar de todo o meu coração pra você e para todos os seus uma feliz Páscoa!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Conviver com Deus

Durante toda essa semana, que é a semana mais importante do ano, nos vamos falar de um momento muito especial no Ministério de Jesus; um momento emblemático e que nos traz uma lição impar sobre a nossa forma de agir e, principalmente, de reagir diante das situações adversas que teimam em acontecer na nossa vida. E, para isso, o nosso texto base é Mateus 26,36 a 56.

Para um perfeito enquadramento no tempo e no espaço, é necessário saber que os fatos narrados por Mateus acontecem logo depois de terminado a Festa da Páscoa; Jesus resolve atravessar o vale com os discípulos e foi para o monte das Oliveiras. Muitas vezes Ele tinha se retirado para aquele monte e ia até o jardim do Getsêmani para descansar, orar e ter momentos de comunhão com os discípulos, muitas vezes também passando a noite ali;

Porém, essa noite era diferente; o clima estava pesado, pois, Ele estava bem consciente do que lhe esperava. Jesus já sabia que tinha sido traído por um de seus seguidores mais próximos, vendido por 30 moedas de prata. Jesus também sabia que o impetuoso Pedro o negaria três vezes antes de o galo cantar na manhã seguinte; os demais apóstolos se espalhariam como ovelhas sem pastor; Ele passaria pela farsa de um julgamento, seria despido, açoitado, esbofeteado e por fim crucificado. Sabendo plenamente tudo o que estava para acontecer, Jesus procurou um lugar solitário para falar com Deus.

Jesus deixou oito dos discípulos na entrada do jardim e disse: “Sentem-se aqui, enquanto eu vou até ali para rezar” (Mt 26,36); e, levou Pedro, Tiago e João com Jesus para o jardim. Então aconteceu aquela espantosa e misteriosa agonia: Ele começou a ficar profundamente triste, como se estivesse para morrer. Jesus se virou para os três e disse: “Minha alma está numa tristeza de morte. Fiquem aqui e vigiem comigo” (Mt 26,38). Afastando Jesus só um pouco deles, caiu com o rosto em terra e orou: “Meu Pai, se é possível, afaste-se de mim este cálice. Contudo, não seja feito como eu quero, e sim como tu queres” (Mt 26,39).

Essa oração de Jesus ressalta que o conviver com Deus exige certa dose de esforço e renúncia; e, que mesmo assim, devemos buscar, sempre, seguir os Seus parâmetros, fazendo que Ele seja algo necessário e imprescindível e não um mero luxo adicional na nossa vida. É exatamente nesta hora que Deus espera que possamos afirmar, exatamente como fez Cristo: “Eu estou ao teu dispor para onde tu quiseres me enviar me coloco submisso a ti Senhor para o teu querer em mim realizar”.

Porém, Jesus sabia que essa troca não seria fácil; como ainda não o é hoje; até porque, no nosso caso, essa troca representa ir contra tudo aquilo que somos doutrinados, pelo mundo moderno, a fazer, que é: pensar primeiro em si mesmo e sobrando espaço pensar mais um pouco em si mesmo; por isso, digo sem medo de errar, que devemos ter a certeza que Deus tem a capacidade (e a competência) de realizar uma transformação total e radical na nossa vida, basta abrir a porta do nosso coração para Ele.

E, essa transformação fatalmente nos levará a perguntar de todo o nosso coração: “Senhor, que queres que eu faça? Desejo ardentemente que a tua vontade seja feita na minha vida”. Tendo consciência disto, devemos procurar trazer respeitabilidade aos nossos discursos e as nossas ações, fugindo da teoria proclamada – onde o nosso discurso não tem qualquer relação com os nossos atos. Ou seja, temos que seguir o exemplo de Cristo e buscar ter no coração a máxima de que “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Fl 4,8).

segunda-feira, 28 de março de 2011

Ser interpelado por Jesus



O Evangelho de João (Jo 4, 4-26) nos fará gravitar junto de um poço, na cidade samaritana chamada Sicar; neste local Jesus, que estava de passagem, parou para descansar e encontrou uma mulher que veio tirar água. E, Jesus aproveitando a situação, inicia uma conversa, desafiando a mulher a mudar sua vida e seu destino.

E, esse cenário me fez lembrar que na última terça-feira (22/03) comemoramos o dia mundial da água. O dia mundial da água é um marco internacional para chamar a atenção para a conservação de água pura e por um manejo sustentável desse recurso natural. E essa comemoração tem toda relação com o Evangelho de João.

Esse episodio da vida de Jesus nos concede o privilégio de aprender com uma mulher que foi buscar água e encontrou a fonte da vida eterna que foi disponibilizada pelo Filho de Deus, que estava descansando junto ao poço de Jacó.

Para uma compreensão dessa parte do texto de João, é necessário ter em mente que existia uma animosidade entre samaritanos e judeus. Historicamente, essa antipatia começou quando, em 721 a.C. a Samaria foi tomada pelos assírios, que começaram a se misturar com a população samaritana. E, esse fato, fez com que os judeus formassem uma opinião que os habitantes da Samaria começaram a se paganizar (II Re 17,29);

A relação entre as duas comunidades se deteriorou ainda mais quando, após o regresso do Exílio, os judeus recusaram a ajuda dos samaritanos (Ex 4,1-5) para reconstruir o Templo de Jerusalém (ano 437 a.C.). Por tudo isso, os judeus desprezavam os samaritanos e os consideravam hereges em relação à pureza da fé judaica; e os samaritanos pagavam aos judeus com um desprezo semelhante.

Mas, vamos voltar à cena: Como tinha dito, os diálogos passam-se à volta do “poço de Jacó”, situado no rico vale entre os montes Ebal e Garizim; aquele era um poço estreito, aberto na rocha calcária, e cuja profundidade ultrapassa os 30 metros; e, que segundo a tradição, teria sido aberto pelo patriarca Jacó. Jesus estava ali porque como qualquer ser humano, estava cansado e com sede por conta da viagem que era feita a pé; por essa razão, Ele parou junto ao poço para descansar enquanto seus discípulos foram buscar comida.

Durante esse período de descanso, uma mulher veio tirar água do poço e Jesus lhe ofereceu a oportunidade de servir ao mais nobre homem da história do mundo. Nunca passou alguém igual através da cidade dela. Mesmo diante de todo o Seu poder, Jesus, simplesmente pediu a ela um pouco de água.

Imagine a cena: Ao ser interpelada por Jesus aquela mulher ficou surpresa com seu pedido e pensou: Ali estava um judeu que reconhecia que ela existia. Ela, uma humilde mulher samaritana que teria sido ignorada e tantas vezes desprezada pela maioria dos homens judeus, imediatamente reconheceu que havia algo diferente com aquele viajante.

E, a conversa que se seguiu foi um exemplo marcante de como Jesus ensinava as pessoas a usarem uma linguagem diferente: Quando Jesus pediu água, a mulher naturalmente pensou em água do poço. Porém, Jesus imediatamente direcionou a conversa para assuntos espirituais. Se ela entendesse a dádiva que Deus estava lhe concedendo; e, se soubesse com quem estava falando, ela teria a consciência que a água que Cristo estava falando era a água espiritual, e não material.

E, isso demonstra que o Ministério de Jesus é o meio regular (aqui um adjetivo de dois gêneros, significando: Conforme as regras, as leis, as praxes, a natureza e bem proporcionado, harmonioso), por onde Deus procura transformar a vida das pessoas. Mas, para concretizar essa transformação se faz necessário prestar atenção nas palavras do Senhor.

Assim, nessa segunda-feira quero que você tenha a convicção que o Deus das bênçãos é melhor do que as bênçãos de Deus; e, a intimidade de Deus é o combustível necessário para seguirmos em frente cumprindo os Seus desígnios, na certeza de que Ele pode transformar água em vinho e que os problemas não vêm para nos afastar de Deus, mas para nos levar, cada vez mais, à presença D’Ele.
E, a nossa necessidade de estarmos na Sua presença é uma só: Ela, a necessidade, fomenta a força para continuarmos, mesmo nas situações adversas, a buscar um mundo melhor, tendo a certeza de que “somos mais do que vencedores, por Aquele que nos amou” (Rm 8,37) e “que passarão os céus e a terra, mas que as minhas palavras não passarão” (Mt 24,35).